sábado, 7 de janeiro de 2023

Turismo afetivo III - "A bola era somente detalhe"

Por José Vanilson Julião

Ariomar de Medeiros Félix

Eugenio Pereira Soares

João Alfredo Guimarães

João Batista Cavalcanti (João de Altino)

João Canário Neto (Gingim)

José Ailton Querino Costa (Dedé de Germinio)

José Edinaldo Bezerra da Costa (Louro de Lourival Bezerra)

José Macedo (Zequinha)

José Valdir Julião

José Vanilson Julião

José Zenóbio de Souza (Popoca)

Luiz Bezerra da Costa Júnior (Garrincha)

Rui Gomes Barbosa (Rui de Passarinho)

Paulo Canário Filho (Paulinho)

Francisco Valdir Silveira (Sales)

A lista em ordem alfabética destina-se a não melindrar os participantes. Pela importância no time. Se foi craque ou perna de pau. Não importa. São alguns dos “elementos” dos times das ruas “de cima” e “de baixo”.

Uns com mais assiduidades. Outros nem tanto. Como o hoje pastor evangélico José Ednaldo Bezerra da Costa, o “Louro” de Lourival e dona Lilia.

Outros lembro apenas o primeiro nome ou apelido. Não por negligência. Ninguém pedia certidão de nascimento de para o contrato de boca. Ou escolha no par ou ímpar.

O ligeiro ponta-direita “Buchaga” de Manoel Pereira, que costumava tocar tambor batendo agilmente com os dedos indicadores na “caixa do peito”. Era o mais disputado para compor o 11 de um ou outro elenco. Quem também jogou pelos dois quadros da rua de "cima" e "de baixo" foi Zequinha de Zé Macedo, assim como Quita de Manoel Bazu e Dedé da Viúva (sobrinho de Raimundo Panta). 

O zagueiro ou meia, não lembro exatamente a posição, Ivanez, o chamado “Solda Preta”. Que me foi apresentado por Ariomar.

O ágil e driblador Toinho de Paulo do Correio. “Doval”, apelido herdado do craque argentino do Flamengo e Fluminense, Zequinha, ponta arisco. “Dodó” de Severino “Fura Céu” e ainda os meninos mais novos de Zuza Passos. Cada um com suas características.

São os boleiros do campo de terra batida do Estádio Othon Osório, localizado estrategicamente defronte a Maternidade Clotilde Santina. Vai que alguém se machuca seriamente. O que nunca aconteceu.

E também do futebol de salão, modalidade esportiva que somente se começou a praticar a partir de 1971. Com a construção de uma quadra, com blocos de cimento, ao lado do campo. Com o apoio do sargento Mitre.

Foi lá que quebrei o braço. Ou melhor. Fissurei o pulso numa disputa de bola com João Alfredo. Na queda. Fui para casa e passei a noite gemendo, Papai perguntou o que estava havendo.

Resultado: na manhã seguinte atendido em Currais Novos. Menos de 30 dias, em cima de um caminhão, chuva, gesso amolecido. Durante o carnaval numa ida para Lagoa Nova.

Somente depois o retângulo, com as balizas feitas de cano PVC, um tipo de plástico, enxertados com areia, foi reformado e coberto, dando lugar ao atual ginásio de esportes “José Julião Neto”.

Essa turma também corria atrás da bola. De couro, número cinco, marrom. Ou de borracha. Não somente nos referidos equipamentos esportivos.

Também era costume dificultar a passagem dos transeuntes nas calçadas do clube velho, do clube de mães ou em frente à residência de dona Ritinha, mãe de “Garrincha” (nem precisa esclarecer a motivação da alcunha).

Ocasião em que entrava em ação o comissário de menores Joaquim Sales Guimarães, marido da parteira da cidade, dona Maria Luiza. Quando ele sumia no horizonte a turma retornava.

Ou num terreno por trás da prefeitura. O “lixo do boi”, onde a bola caia e alguém tinha que se habilitar buscá-la sob o risco de se cortar pelos cacos de vidro. Detalhe bem lembrado por “Garrincha” em recente encontro na cidade.

E no retângulo da praça Maria Luiza (não era assim denominada oficialmente). Com a primeira reforma da Praça Tomaz Pereira também se passou a jogar lá. Com uma bolinha de borracha. Em dois espaços do logradouro público.

No quadrilátero de cerâmica preta, onde colocaram o busto do patrono em uma espécie de pedestal retangular de cerâmica cinza. No meio dos círculos de alvenaria que existiam: um cheio de água, outro com jardim central.

Ou no quadrado, uma espécie de caixa de areia, que ficava para os lados da “casa grande”, antiga moradia de Tomaz Pereira.

Mas o maior de todos acabou sendo Garrincha, que chegou a jogar no Potiguar de Currais Novos.

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