domingo, 12 de abril de 2020

Attalya Félix explica relação entre fake news e paranoia coletiva


Neurocientista é neta de ex-vereador "Catota"
O time de operações da Behup utilizou a metodologia exclusiva, o Messages, para descobrir tendências de conteúdos que estão sendo compartilhados pelo Whatsapp e reuniu informações que mostram um aumento de notícias referentes ao Covid-19 entre as milhares de mensagens compartilhadas num período de 10 dias.

“Até o momento, o que mais nos tem chamado a atenção é que grande parte das pessoas considera os conteúdos verdadeiros, e ao analisarmos os casos vemos que existe uma quantidade expressiva de fake news”, também  comenta Federico Sader, CEO da behup. “Apesar de diversos conteúdos claramente falsos terem sido enviados, 79% deles foram classificados como sendo verdadeiros pelos usuários. 13% não souberam classificar e 8% foram considerados falsos” acrescenta.

Os neurocientistas também avaliam  que os grupos de famílias são os mais suscetíveis a fake news no WhatsApp, e também onde mais compartilham informações sobre o coronavírus, com 40% do conteúdo. Porém, é entre os amigos que as informações repassadas tem maior credibilidade: 85% das pessoas acreditam mais em informações passadas pelos amigos versus 77% que confiam mais nas informações dos familiares.

Com toda essa informação sendo repassada, será que o excesso de fake news colocaram a sociedade em uma espécie de paranóia coletiva? Attalya Félix  explica que no caso da pandemia do coronavírus não é bem assim, e muitas vezes o que é interpretado como paranóia é apenas um caso de ansiedade:“Não estamos sofrendo de uma paranoia em massa. A paranoia é sim um processo influenciado pelo medo, mas diferente do medo, nela o indivíduo tem crenças e às vezes alucinações, de natureza persecutória. Ou seja, de que alguém lhe persegue mesmo nas situações mais cotidianas".

E continuou: "Uma pessoa com tendências paranóicas pode sim viver em constante alerta e sofrimento por acreditar que há sempre alguém à espreita, esperando qualquer momento de desatenção para lhe contaminar com o COVID-19. Mas o caso não se estende a toda uma população. Não podemos dizer que usar máscaras sem sintomas ou comprar comida para algumas semanas seja paranoico, apesar de a atitude ser inadequada", disse ela.

"Convenhamos, não estamos enfrentando uma situação cotidiana, vivemos uma pandemia. Quando ainda não existiam muitas orientações disponíveis sobre as atitudes corretas a serem adotadas ou qualquer manifestação de diretrizes por parte do Estado brasileiro, estar minimamente preocupado e tomar algumas providências para sua proteção não poderia ser considerado um comportamento excêntrico, muito menos paranóico".

Attalya Félix ainda explicou:  " O que agiu ali foi a ansiedade, enquanto o medo propriamente dito é uma experiência que surge quando enfrentamos um perigo presente, nos permitindo uma resposta rápida frente a uma ameaça. A ansiedade nos prepara para algo que pode ou não ocorrer, é um medo sustentado, que dura um período longo de tempo. Certo nível de ansiedade é bem-vindo, nos permite pensar no futuro e nos precaver. Mas se você percebe que essa pandemia te dá um medo que não passa, um medo desconfortável e angustiante, procure ajuda".

Fonte - Behup

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