Belarmino Pereira de Araújo nasceu no município de Riacho do Boi (PB) em 9 de outubro de 1910. Mais conhecido por “Seu Belo”, apelido que ganhara da família, chega a Cerro Corá com os pais quando ainda era muito jovem. Ao chegar ao novo município a família inicia-se no trabalho vendendo mão-de-obra na agricultura; embora indo passar uns tempos em Baraúna, hoje município desmembrado de Mossoró e retorna e se estabelece numa propriedade que adquirira no Sitio Divisão. Nessa época “Seu Belo” principia-se na pela atividade de banqueiro de jogo de azar, sobretudo no dia de feira-livre, que tradicionalmente era no domingo e que passou a ser no sábado.
Casado com a Senhora Ana Marques de Araújo, “Seu Belo” cresceu nos negócios a partir da agricultura, contribuindo para a riqueza econômica do município nos áureos tempos da produção do algodão, além do cultivo do sisal e produtor de cereais, juntamente com os dez filhos. Apesar da casa da família ser repleta de muita gente, também criou outras seis pessoas de familiares e parentes com os quais conviviam.
Devido às boas relações que mantinha com seus moradores, amigos e até mesmo pelas atividades que realizava, “Seu Belo” ganhou popularidade no município e com isso nasceu o desejo de ser vereador.
Belarmino Pereira sempre seguiu as convicções políticas do amigo Sérvulo Pereira de Araújo, o que resultou na sua candidatura a vereador em 1958, eleito, exerceu o mandato de 1959 a 1963 pela União Democrática Nacional (UDN), partido do qual era líder Sérvulo Pereira. Belarmino Pereira apesar da semelhança no sobre nome não tem nenhum laço sanguíneo com a tradicional família Pereira, que ainda hoje milita na política cerrocoraense, por intermédio dos vereadores Rubens Pereira, filho, o “Binha” e Clidenor Pereira de Araújo, filho, o “Codô”.
Um fato interessante é que ele não demonstrava muito interesse pela política, até mesmo as discussões sobre o assunto em casa só vieram a se estabelecer depois de seu mandato. De modo que se candidatou apenas uma vez e ao exercer o mandato não mais se interessou pela política. Retornando depois só para apoiar alguns de seus filhos, como o comerciante Altino Pereira, que se candidatou vereador por duas vezes, porem sem sucesso. Depois “Seu Belo” também apoiou um neto, José Edivaldo Pereira, que por sua vez é o autor da proposta que denomina de “Belarmino Pereira” o Terminal Turístico de Cerro Corá, que está em vias de ser concluído pela prefeitura, com recursos financeiros da União. O terminal, por sinal, fica à margem da estrada que dá acesso à propriedade que pertenceu a “Seu Belo”, na saída para os Sítios Várzea dos Félix e Divisão, a partir da RN-042, no bairro Seridó.
Em outubro de 1997, já com problemas cardíacos, ainda lúcido e possuidor de grande vivacidade, morre o Belarmino Pereira, aos 87 anos de idade, sem nunca ter deixado de vestir calça e camisa, azuis de “caque”, que era a sua “marca registrada”.
* Com informações da biografia contida no projeto de lei que tramitou na Câmara Municipal
P.S - o blog corrigiu um equívoco cometido no texto original, o qual dizia que "Seu Belo" elegeu-se pela Arena, partido criado pela ditadura militar, época do bipartidarismo, a partir de 1966. Na verdade, o homenageado elege-use pela antiga UDN.
2 comentários:
Olá Valdir, bela matéria sobre a figura de seu Belarmino, pai de Birico. Belarmino teve uma longa convivência matrimonial com a viúva do comerciante Ângelo da bodega, pai de Pereirinha e Canindé.
Bem lembrado, caro Rodivan, da segunda núpcias de "Seu Belo" e, também, de "seu Anjo"...
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