A COCEIRA DE ZEFINHA
(Ivanilson França Vieira)
CAPITULO 6
Miro já estava com a peixeira na mão. Dr. Carlos, sem saber como encontrou coragem para tal, gritou lá por traz do biombo:
- Calma, Seu Miro, ela estava com a roupa colada no corpo por causa do ferimento e eu vim aqui para trás do biombo para não vê-la arrumando a roupa.
Miro olhou pra Zefinha e perguntou gritando se era verdade o que o Dr. Carlos havia falado. Ela apenas balançou a cabeça afirmando que sim, uma vez que havia perdido a fala.
- Tô acriditano pruquê minha Zefinha num menti, viu Doto? Mai se ela num dixexe que foi isso, eu mataria o sinhô, apôis não acridito in nada que tu diz. Agora pode vim, ela já arrumou a rôpa. Doto, pode vim... Doto... Arre diacho qui danado ta acontecendo. Doto, pode vim... Dotô... Doto..(Miro foi chamar o Dr. Carlos que estava por trás do biombo e percebeu que ele estava deitado no chão).
- Qui diabo é isso, acho que o doto morreu !!!!!!
- Pelas cinco chagas de Cristo, meu vei, será qui ele deu uma bilôla cum medo de tu? Corre, vái chamá arguém...
Miro saiu e na primeira sala chamou uma pessoa que parecia ser enfermeira.
E menos de um minuto a sala estava lotada e a enfermeira Zulmira pediu para Seu Lázaro, o contínuo do Posto, ir chamar a enfermeira Das Dores que era a mais antiga.
Enquanto isso, Miro e Zefinha não sabiam o que fazer.
- Ele estar desmaiado. Vamos colocar numa maca e tentar reanimá-lo lá na sala de pequenos atendimentos. (Disse Das Dores)
Quando Haroldo entrou na sala e viu Miro, voltou imediatamente. Todos ajudaram a levantar o Dr; Carlos para colocá-lo na Maca.
Em menos de 10 minutos a cidade inteira já sabia que Miro havia matado o Dr. Carlos;
-Ôcês sabi o qui aconteceu nagorinha merno lá no Posto? (Comentou Pantaleão recebendo a negativa os ouvintes) Miro deu um morro tão cachorro da mulésta in Doto Carlo qui ele caio teso no chão. Prontinho no chão. Só a merda.
- Lucinha, já sobi da novidade? ( Perguntou Zaroi ainda no jardim de sua casa) – Miro pegô o Dr. Carlo pegando nos peito de Dona Zefinha. Ele agarrou Dr. Carlo pur trás inté ele dismaiá. Aquilo cum raiva tem uma foça de toro. Diz que o Dotô morreu.
- Vem cá Maria do Amparo, vem logo para sabê da nova. (Conceição de Amadeu gritou e Maria do Amparo saiu desembestada, esquecendo até o feijão que estava no fogo) Diz logo muié, há tempo qui num tem nada aqui na cidade prá gente comentá.
- Apois o Dr Carlo, até qui infim incontrou o caminho da peda. Mexeu cum a muié de Miro e ele o matou.
- Miro Matou o Dr. Carlo???
- Minina, diz que foi mais de 10 punhalada!
Um telefonema toca e Delegado Nicodemos atende...
- Alô! O quê? Miro fez o quê? Tem certeza? Mais de vinte facada?
O Delegado Nicodemos colocou o telefone no gancho e caiu de vez na cadeira giratória.
Os soldados olhavam para ele com um buticão de olho que não tinha mais tamanho.
- Pur favor, Seu Nicó, diga qui a gente num intedeu dereito, diga.
- E verdade!!! Miro acaba de matar o Dotô. Carlo. I o qui é pió... Mais de 20 facada.
E AGORA? O QUE SERÁ QUE VAI ACONTECER? SERÁ QUE A POPULAÇÃO VAI SE REVOLTAR CONTRA MIRO?
LEIAM ISSO NO CAPITULO SETE
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