Morreu nesta terça-feira (24) em Natal, Maria Auleta da Silva Bernardo, mãe do jornalista e blogueiro cerrocoraense Aildo Bernardo. Mais informações em instantes. O sepultamento ocorrerá em Cerro Corá.
Informativo sobre o município de Cerro Corá, no Rio Grande do Norte, Brasil, as suas origens e seu povo.
terça-feira, 24 de janeiro de 2023
segunda-feira, 23 de janeiro de 2023
Turismo afetivo VII - “O balneário alternativo da garotada”
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Açude Eloy de Souza era a principal área de lazer da garotada nos anos 60 e 70 (foto - João Maria Alves) |
Por José Vanilson Julião
Além dos amigos da geração entre 1957/60 o encontro dos veteranos serviu para reencontrar alguns garotos que nasceram posteriormente.
Como Francisco Canindé, o ‘Ponteiro’, primo de Paulinho Canário. E o botafoguense Marlon, filho de Cícero Zebra, meu vizinho da época em que eu morava na casa de Manoel Belmino, na rua Benvenuto Pereira.
“Ponteiro” era figurinha carimbada, como nadador quase “olímpico”, nos banhos na parede do açude Senador Eloy de Souza, que começou a ser construído na seca de 1932. Pois morava pertinho: na ‘Ponte”.
O açude também tinha outros três pontos preferenciais para a garotada tomar banho, aprender a nadar ou pescar piaba usando litros e garrafas com farinha para atrair os peixinhos de dorso prateado.
Um deles era o “corredor”. Com acesso por um comprido caminho cercado de "avelós" dos dois lados. Muito usado para lavagem de cavalos e carros, principalmente caminhões. A entrada logo após o ‘motor da luz”, na chamada e antiga "rua da Baixa".
O local era preferido para quem não sabia nadar com eficiência, ou tinha medo de aventurar-se nas profundezas, pois podia-se andar dentro da água, no “raso”, por uma extensa área. Já que ficava nas imediações do “começo” do reservatório.
O segundo era o “Catavento”. Neste ocorre o episódio de eu lançar a vara de bambu para pescar piaba, e a ponta do anzol enganchar no nariz de “Quita”, filho de “Manoel Bazú”.
Foi um Deus nos acuda com promessa de socorro e atendimento ambulatorial e hospitalar, pois “Quita”, atualmente morando no “Ingá” (na estrada para São Tomé), trabalhava na padaria de papai.
Por fim se atravessa do “Catavento” para a “pedra grande”, hoje existente só os resquícios do que fora, de onde os mais afoitos pulavam de “lavanca”, em pé, ou de cabeça, o chamado mergulho de "flecheiro”.
A travessia era a nado mesmo ou em câmeras de ar de carros e de caminhões. Para quem não tinha a opção, para o descanso, era o pendão de agave ou sisal.
Um dos peritos neste quesito “de ponta” era “Buchaga” (filho do cabeceiro Manoel Pereira), aquele do tamborilar nos peitos com os dedos indicadores.
No inverno, não poderia deixar de esquecer, também era motivo de alegria e novidade tomar banho no sangradouro, com a água escorrendo violenta e veloz em busca dos “escorregos”.
Um dos episódios do açude envolve papai. Eu e Valdir fugimos da padaria e fomos para a “Ponte”. Quase meio dia aparece o Fusca vermelho de Zé Julião na descida perto da delegacia. Mergulhamos, mas ao voltar à tona lá estava ele. Esperando.
Não se deve esquecer o ferreiro Severino Miguel. Que tinha a oficina no alto, de onde ele via a criançada e “ameaçava” atirar na garotada com uma velha espingarda. Se a memória não enfeita as reminiscências.
Severino tinha a mania de esquentar pedaços de ferro e jogar para os sapos engolirem. Os anfíbios “pensavam” que a liga de metal em brasa seria inseto. A ponta incandescente e fumegante entrava pela boca e saia rápido pela barriga.
domingo, 22 de janeiro de 2023
Falece irmão de Othon Militão, ex-vereador de Lajes, César Militão
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César Militão deixa viúva a vereadora Rosângela Costa (d), não resiste a complicações de um AVC |
Faleceu na noite deste domingo o ex-vereador de Lajes César Militão, 62 anos, deixando viúva a vereadora e presidente da Câmara Municipal Rosa Costa Martins e dois filhos.
Era irmão de Othon Militão Júnior, que disputou a eleição de prefeito em Cerro Corá em 2008, casado com a cerrocoraense Celúquia Militão.
César Militão foi acometido de AVC na sexta-feira (20), passou por cirurgia, mas não resistiu, falecendo às 19h30 deste domingo (22).
Sem exercer mandato político, César Augusto de Medeiros Martins, o "César Militão", vinha presidindo o Sindicato dos Produtores Rurais de Lajes e também era vice-presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Norte (Faern).
O velório do corpo de César Militão ocorre a partir das 10 horas desta segunda-feira (23), no Centro Pastoral da cidade de Lajes, seguido de missa na Igreja Católica e sepultamento no cemitério público situado à margem da BR-304.
quinta-feira, 19 de janeiro de 2023
Comitê Federativo será ponte entre Governo Estadual e Municípios
Luciano Santos entre o vice-governador Walter Alves e a governadora Fátima Bezerra lidera comitiva da Femurn (foto - Sandro Menezes) |
O Rio Grande do Norte terá um Comitê Federativo, que reunirá integrantes do Governo do Estado e da Federação dos Municípios de Rio Grande do Norte (Femurn). A proposta de criação dessa instância no Estado foi apresentada pela governadora Fátima Bezerra PT em reunião com o presidente da federação, Luciano Santos e integrantes da nova diretoria. O encontro foi realizado na tarde desta quinta-feira (19), na sala de reuniões da governadoria.
“É nesse Comitê Federativo que vamos dar prosseguimento a todas as pautas, agendas e demandas que são do interesse dos municípios e dizem respeito ao governo do Rio Grande do Norte. Ou seja: ao invés de a gente se reunir só quando o problema aparece, vamos nos reunir de maneira permanente”, explicou a chefe do Executivo Estadual.
Para Fátima Bezerra, todo esforço deve ser feito através de um diálogo permanente, com transparência, respeito e senso de responsabilidade, “para que a gente possa somar na defesa dos interesses do municipalismo, ou seja, na defesa da população das cidades.”
A importância que o Governo do Estado quer dar ao Comitê Federativo, segundo a governadora, está expressa na indicação de “três secretarias muito importantes e estratégicas”: a de Gestão e Projetos Especiais, de Tributação e a Secretaria de Planejamento e Finanças.
“É a partir desse comitê que vamos discutir, por exemplo, essa pauta inicial que vocês estão apresentando. O comitê é a instância máxima’, ressaltou Fátima, lembrando que o Governo do Estado já tem um comitê de negociação permanente com os servidores públicos estaduais, bem como com o setor empresarial.
“Fazemos uma avaliação positiva do encontro. Colocamos algumas pautas que já vinham sendo reivindicadas pela Federação dos Municípios, em anos anteriores, inclusive pela gestão do presidente que me antecedeu, Babá. Essas pautas foram colocadas, a Governadora se dispôs a avançar em todas elas, criando um comitê federativo pra que a gente consiga obter êxito nas ações que pautamos”, avaliou o novo presidente da Femurn, para o Luciano Santos, que é prefeito do município de Lagoa Nova, situado na Serra de Santana, região do Seridó.
As pautas levadas à governadora dizem respeito à discussão conjunta de formas de compensação das perdas de ICMS, estruturas de funcionamento das Microrregiões de Água e Esgoto, entre outras, que deverão ser levadas ao Comitê Federativo.
Para o secretário estadual de Tributação, Carlos Eduardo Xavier, a reunião realizada hoje “marca um novo momento de relação entre o Governo do Estado e a Federação dos Municípios. Eles trouxeram pautas importantes para os municípios e para o Estado também, principalmente no que diz respeito às formas de compensações das reduções de arrecadação que, tanto o estado quanto os municípios tiveram com a mudança na legislação do ICMS, outros temas também foram discutidos”.
Na avaliação do gestor, “é um momento de discussão do federalismo, buscando sempre pautas positivas pra população do nosso estado.”
Além dos já citados, acompanharam a governadora o vice-governador, Walter Alves; a secretária estadual de Gestão e Projetos Especiais, Virginia Ferreira; a controladora-geral do Estado, Luciana Daltro, e o procurador-geral adjunto, José Duarte Santana.
Participaram, ainda, a vice-presidente da Femurn, Mariana Almeida, prefeita de Pau dos Ferros; a prefeita de Jandaíra, Marina Dias; os prefeitos Reno Marinho (São Rafael), Dr. Tadeu (Caicó); Luciano Gomes (Lajes Pintadas), Emídio Jr. (Macaíba) e Pedro Henrique (Pedra Grande), além do diretor geral da Femurn, Gleydson Macedo.
Fonte - Ascom/GE
segunda-feira, 16 de janeiro de 2023
Um acróstico em ode a Cerro Corá
Por José Hêdulo Bezerra da Costa (João Ceará)
Conto de ti, imagens da lembrança
Enfeitadas pela própria natureza
Relembrando em cada fase de criança
Relatos de uma história com certeza
Orgulhosa dessa terra calma e mansa
Carrego dentro d'alma o sentimento
Ostentando cá dentro do coração
Revivendo de ti a cada momento
A mais singela recordação
domingo, 15 de janeiro de 2023
Turismo afetivo VI - "Garrincha, a bola da vez"
Por José Vanilson Julião
Na minha agenda do turismo doméstico, afetivo e rememorativo não estava previsto o encontro com Luiz Bezerra da Costa Júnior, o “Garrincha”, o maior craque da turma da meninada no final dos anos 60 começo de 70.
Até porque ele reside atualmente na cidade de Brejinho. Desde meados dos anos 80. Quando passou a trabalhar profissionalmente pela Empresa Industrial Técnica, conhecida pelo acrônimo EIT, e que pertencia ao ex-presidente do ABC, o engenheiro civil José Nilson de Sá.
A conversa inesperada com ele aconteceu na segunda confraternização de veteranos organizada pelo comunicador “Maninho” (Rádio Liberdade FM), numa mansão particular cedida, na comunidade de Ipueiras, que, na minha modesta opinião, já deveria ser transformada oficialmente em bairro pelo crescimento alcançado.
E novamente quem entra em ação é minha cunhada. Acontece que fiquei em casa para descansar das estrepolias da semana na Serra de Santana. E no começo da tarde, com Garrincha lá, Ana combinou com o mano para me apanhar. Acabei sentado estrategicamente ao lado do famoso futebolista cerro-coraense.
Luiz Júnior, assim o chama imperativamente a mãe, a professora aposentada, dona Ritinha, que era nossa anfitriã, com pão e café quente antes das peladas diárias no Estádio Othon Osório, localizado na entrada da cidade, que não é mais o cartão de visitas pelo crescimento da urbe para os lados do bairro Seridó.
A conversa inicial não poderia ter outro tema. O futebol. “Garrincha” desabafa que saiu cedo de Brejinho, nas primeiras horas da manhã, para ter o tempo necessário e comparecer a uma pelada com os amigos. “Só encontrei cinco. Ainda deu tempo para visitar a mamãe...” – Mesmo assim, ao retornar, só deu pra montar um time de futebol soçaite, diz, pesaroso, o craque.
Para incentivar iniciativa deste tipo, com mais vigor presencial, digo que para o próximo ano faça a programação que estarei lá para fazer a cobertura esportiva para os blogs “Cerro Corá News” e “Jornal da Grande Natal”. Já que adiantei na ocasião a encomenda de uma camisa para o terceiro encontro dos veteranos. O que “Garrincha” também fez no rastro do meu pedido (vi satisfação no rosto de Maninho).
Nas lembranças futebolísticas ele lembra o que eu havia esquecido. Garrincha não compareceu ao famoso jogo do Botafoguinho (ou foi com a camisa verde-amarela) no distrito de Recanto (1 a 2 para os visitantes).
Estava com um começo de pneumonia. E ficou choramingando pelos quatro cantos das paredes da sala, na Rua Monsenhor Paulo Herôncio (de Melo), antigo vigário de Currais Novos nos anos 40.
Como repórter, ainda mais colega de infância e visitante atrevido, lembro a ele o cacoete que abraçou inesperadamente. Sem cerimônia e com timidez confirma. Andava na calçada falando sozinho uma linguagem desconhecida e monossilábica: - "Memé, memé..." (até hoje ninguém sabe a origem da curta frase onomatopaica)
É aqui que entra mais uma vez nesta séria José Ailton Querino Costa, o “Dedé de Germínio”, que relembra pelo menos outros dois hilários "tiques" do nosso craque.
Num abanava o rosto do colega com a palma da mão e em seguida encostava entre o queixo e o pescoço do oponente (será que era para verificar se estava febril?)
No outro caso caminhava pela calçada, parava de supetão, apertava o calcanhar com os dedos indicador e polegar e levava ao nariz.
Já “Zé Mago”, que trabalha no mercadinho de Bezerra, gostava de chupar o polegar com o indicador encostado no nariz. Outro garoto gostava abrir o tanque dos carros para cheirar gasolina.
Mas todos eles foram deixados de lado, como por encanto, durante o período em que estudou no ginásio agrícola de Currais Novos. Se os amigos de Cerro Corá nada diziam e ignoravam, os novos coleguinhas, com espanto compreensível, reclamavam categoricamente.
No encontro dos veteranos também revi após longo tempo o empresário Francisco Menezes, o “Chico de Rita”, residente na cidade de Jucurutu, também seridoense. Portanto irmão de Luiz Júnior. Outro tricolor e corintiano raro naqueles tempos de botafoguenses, flamenguistas e vascaínos.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2023
"Novinho" prestigia posse de Luciano Santos na presidência da Femurn
O prefeito de Cerro Corá, Raimundo Marcelino Borges (PSDB), prestigiou a eleição do seu colega de Lagoa Nova, Luciano Santos (MDB), para presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn).
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Prefeitos Luciano Santos e "Novinho" |
Para "Novinho" a eleição de Santos também fortalece politicamente os municípios no entorno da Serra de Santana. "Eu acredito que dentro do projeto da transposição do rio São Francisco e da barragem de Oitcica, ficará mais fácil lutar pela ampliação da Adutora da Serra de Santana", disse ele.
Borges entende que diante da aproximação de Luciano Santos com o governo estadual, "a nossa terra só tem a ganhar com a eleição do nosso presidente".
Luciano Santos assume presidência da Femurn até 2025
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Luciano Santos (segundo à esquerda) passa a presidir Femurn |
Turismo afetivo V - "O cassino de dona Amália'
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Dedé Querino e Vanilson Julião conversam sobre reminiscências da adolescência em Cerro Corá, no prédio do antigo "café" (rua Sérvulo Pereira) que pertenceu a dona Jovelina Ribeiro |
Por José Vanilson Julião
Na estadia de duas semanas em Cerro Corá uma das visitas programadas era ao meu amigo José Ailton Querino da Costa, o "Dedé". Mas não foi preciso meu deslocamento até a residência dele. Onde morou o padrinho de crisma de Valdir, o fiscal da coletoria Luiz Gonzaga Guedes, o "Seu Luizinho", marido de dona Marieta. Até encontrei um parente da esposa quando me recuperava de acidente doméstico no Hospital Dioclécio Marques (Parnamirim).
Ele mesmo compareceu ao "armazém" dos meus avós maternos. Trazido pela minha cunhada, Ana. Ela o encontrou numa casa lotérica perto do antigo mercado, onde hoje está instalado o arquivo municipal.
Foi uma hilária conversa de duas horas no final de tarde de meio de semana. Quando fiquei sabendo que o "Querino" dele é com "E" mesmo. E não com "I", como os demais irmãos.
Mas o incrível mesmo, depois de 50 anos, foi "Dedé" se lembrar da primeira pergunta que eu – ou Valdir – fez ao se encontrar com ele pela primeira vez em 1970.
- Qual o time que você torce no Rio de Janeiro?
Relata que não conhecia nenhum clube carioca, apresentados nominalmente, não necessariamente pela ordem, Botafogo, Flamengo, Vasco da Gama, América, Fluminense, Bangu... Nomes conhecidos pelos irmãos pela leitura da conhecida “Revista do Esporte”.
Foi por isso, meio que de bate-pronto, como um chute de primeira, na rebatida da bola, que escolheu torcer pelo tricolor das Laranjeiras, vindo a ser mais um simpatizante do clube, somando-se a Luiz Júnior Bezerra da Costa, o "Garrincha", que herdara a simpatia do pai.
A esta altura, no começo daquele ano, depois de idas e vindas, morando na cidade ou na zona rural, o motorista paraibano e depois vereador Germínio Costa, com a esposa dona Amália, decide residir definitivamente na sede municipal para que os filhos estudassem.
Inclusive um deles, Aécio havia passado uma temporada na casa de papai, quando morávamos na casa de Manoel Belmino, em frente à Praça Maria Luiza Guimarães. Lá por volta de 1965/66.
Com "Dedé" e os demais amigos citados ao longo desta série inédita o negócio não era somente futebol. Durante o São João percorríamos as ruas da cidade.
Para soltar traques, bombinhas, dentro de latas, e assar milho nas fogueiras em frentes as residências dos pais dos colegas. Foi numa dessas que Inácio de "Chico Doutor", hoje morando em Lagoa Nova, perdeu um polegar, em frente ao clube novo.
Era tradição passar na casa de dona Iracema, esposa de Passarinho, aquele mesmo, gerente do posto Shell, no centro da cidade, no vazio hoje existente entre a casa do falecido comerciante Valdemar e o bar de Ivonez.
Ou na casa de Antônio Vieira, perto da residência de um vendedor de fumo de rolo para cachimbo ou cigarro de palha. Na "rua do Motor", apelido proveniente do grande motor estacionário, de cor verde, movido a óleo diesel, que fornecia energia elétrica. Até a inauguração (dezembro/1970), do fornecimento da usina de Paulo Afonso, no Rio São Francisco, na divisa Pernambuco/Bahia.
Outra atividade temporária da garotada era jogar buraco, pife-pafe (apostando dez centavos de cruzeiros ou caroços de feijão para ter o gosto de ganhar) e sueca na casa de dona Amália.
Entre os jogadores de baralho "Dedé", "Chaguinha" (irmão dele), Amalinha (irmã), eu, Valdir, e João Emanoel do Rego Costa, um pernambucano que veio morar e estudar na casa do cunhado, o engenheiro Paulo, da Bodominas.
João Emanoel, falecido inesperadamente de causa natural, no Recife, participou da criação do jornal "Correio Estudantil", ao lado dos manos e de Ariomar, o responsável pelos desenhos e a feitura de uma caricatura do prefeito Francisco Pereira, a partir de uma fotografia três por quatro, o chamado "boneco" na gíria da imprensa.
João também era colecionador de selos (filatelista amador). Não era craque, mas chegou a posar na seleção verde-amarela da meninada. Lembro que o engenheiro tinha um Ford Maverick vermelho, o primeiro que vi, automóvel concorrente do Opala, modelo da Chevrolet ou GM (General Motors), ambas montadoras norteamericanas. E se a memória não falha tinha um cachorro chamado "Roberto Carlos".
Na noite, véspera do Natal, antes da Missa do Galo, na Igreja de São João Batista, a pedida era tentar ganhar brindes com os coelhos de Sebastião Canário de Brito. A torcida era para o animal da orelha grande entrar na casinha de madeira com o prêmio mais valioso.
Com "Dedé" temos outras histórias futebolísticas. Até envolvendo "Garrincha". Ficam para a próxima e surpreendente narrativa. Com detalhes rememorados para não serem esquecidos na prateleira do tempo.
terça-feira, 10 de janeiro de 2023
Prefeito veta projeto que altera brasão de Cerro Corá
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Brasão original de Cerro Corá |
Por José Vanilson Julião
A notcia de que no apagar das luzes o ex-presidente da Câmara de vereadores, Rodolfo Guedes (Republicanos), consegue aprovar, por unanimidade (nove votos), mudanças substanciais e imperceptíveis no Brasão do Município de Cerro Corá (Região do Seridó), a 190 quilômetros da capital potiguar, causa discussão em rede social no final da manhã desta terça-feira.
A conversa girava em torno de amenidades quando a internauta Ivonise Dantas perguntou se alguém sabia das modificações no tradicional desenho e todos os participantes foram pegos de surpresa com a informação. Ocasião em que todos foram unanimes, também, em rechaçar o projeto de lei, cuja data não foi possível configurar durante o debate. - Uma pergunta: vocês podem informar, confirmar ou desmentir...?, assim ela se expressou.
O ex-candidato a vereador e empresário Vivaldo Evaristo foi rápido no gatilho confirmando a situação. "Tem, mas não é mudar. A ideia é alterar e incluir... (para o redator dá no mesmo)"
As mudanças incluem máquina de costura representando os quase 300 empregos gerados no município pela atividade e torres de energia eólica representando o desenvolvimento sustentável.
Diante da enxurrada de indagações outra internauta, Cássia Maria, surgiu para por os pontos nos is e dirimir todas as dúvidas concernentes ao caso, inclusive com mais esclarecimentos e provas contundentes sobre a peripécia dos vereadores e da mesa diretora do Poder Legislativo municipal.
Depois que o redator deste blog colocou no grupo a imagem original da Bandeira do Município a conterrânea postou uma imagem com o texto do projeto do vereador, assim como duas imagens, uma colorida e outra em preto em branco.
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Com introdução de logo de máquinas de costura abaixo das bandeirolas |
A primeira fotografia com o Brasão original e a segunda com as modificações: as simbologias estilizadas das máquinas e torres (justamente os itens a serem acrescidos).
As máquinas dentro de uma faixa acrescida acima de cordeiro e as torres no espaço inferior, no qual está a representação de uma serra em cor amarela.
O mais incrível: o ex-presidente da Câmara colocou em circulação a "Revista Câmara em Ação" comemorativa da administração já trazia as modificações no Brasão na capa, acima a esquerda.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2023
Turismo afetivo IV - "A memória cinematográfica"
Por José Vanilson Julião
Na estadia
em Cerro Corá, ao percorrer as ruas centrais – de norte a sul – pedi ao mano
Valdir para fotografar prédios ou lugares da minha infância.
Como a
Maternidade Clotilde Santina, o Estádio Othon Osório, o Ginásio de Esportes
José Julião Neto e o “motor da luz”. Os quais serão alvos de futuro artigo
nesta série.
Mas
agora, vou falar mesmo é sobre o Cine Canário, justamente a edificação que
esqueci de mandar registrar em fotografia. Apesar da fachada continuar a mesma
da segunda metade dos anos 60.
Não é a
primeira vez que o cinema é alvo de escrita de minha autoria. Entre 2011 e 2012
fiz um artigo publicado em extinto jornal mensal alternativo. Um dos assuntos
era a arrecadação da grana para o bilhete da entrada.
“A
Esperança” tinha como público alvo moradores do bairro da Cidade da Esperança (Zona
Oeste de Natal). No site “Jornal da Zona Sul”, também da capital, Valdir também
discorre sobre o cine. Assim como no “Cerro Corá News”.
Quando
são citadas peripécias dos “furtos” de fotogramas das películas. “Repassadas”
em “máquinas” de caixa de sapato. Com lentes improvisadas dos antigos monóculos
de fotos coloridas. Ou lâmpadas GE (General Eletric).
O
propósito dos seis primeiros parágrafos foi introduzir o leitor na história do
cinema administrado pelo treinador de futebol, tocador de sanfona, dono de
armarinho e Papai Noel Sebastião Canário de Brito.
Ele era o
exibidor das fitas de Hollywood e das chanchadas brasileiras. Dos seriados
“Flash Gordon” e “Jim das Selvas”. Dos faroestes e dos épicos, como “Os Dez
Mandamentos”, exibido na Semana Santa.
Ao passar
em frente não teve como não lembrar das músicas transmitidas pelo éter. Nos
intervalos das chamadas da fita a ser exibida no dia. Pela boca de ferro. Com o
próprio exibidor ao microfone.
Na
quarta-feira a noite. Ou na tarde dominical. Ecoava as vozes dos cantores da
“Jovem Guarda”. Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Jerry Adriany e Wanderley
Cardoso. Wanderleia, Martinha e Rosemary.
Dois eram
figurinhas carimbadas e escolhidos a dedo. Ronnie Von, com o sucesso “A Praça”,
e Sílvio Cesar, com o “hit” “Férias na índia”, lançado em 1969, e também
“rodado” no toca-discos do GPK.
Sebastião
primeiro exibia os celuloides no “clube velho” e somente depois passou para o
“clube novo”, onde passou a funcionar, a partir de agosto de 1967, o Grêmio
Presidente Kennedy, o famoso GPK, citado em artigo anterior.
A
tradição familiar repassada para os conterrâneos indica que Sebastião contou
com o apoio dos irmãos residentes em Natal para construir o prédio do “Cine
Canário”.
Severino
e Geremias, este, como Sebastião, nomes de ruas na cidade. O primeiro gerente e
homem de confiança de Cyro Cavalcante, firma de representação de autopeças,
localizada no bairro da Ribeira.
Geremias,
que eu pensava ser com “jota”, foi chefe de oficinas na Base Aérea de
Parnamirim, ainda distrito da capital, convidado por um norte-americano, como
afirmou o sobrinho João Maria Canário (filho de Severino).
Sebastião
era registrado com firma antes da finalização do prédio quase ao lado do Clube
de Mães Santa Zita (antes era a casa do tabelião Antônio Pinheiro, pai de Sérgio
– o mais velho – e Antomar, com quem brincava com os soldados do chocolate
“Toddy”).
É o que
atesta o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), com razão social em nome
de Sebastião Canário de Brito, com data de 12 de setembro de 1966.
A empresa
individual é desativada voluntariamente em 16 de agosto de 1993. Portanto 23
anos antes do falecimento de Sebastião, ocorrido em 27 de julho de 2016.
Portanto
os dados indicam e provam, pela primeira vez na imprensa cerro-coraense, o
atestado de nascimento, informal ou não, do embrionário “Cine Canário”, ainda
sem a sede definitiva.
O cine
não faz lembrar somente o conteúdo das latas de zinco. Os rolos de filme. Na
memória cinematográfica do articulista também consta a “bomboniere”.
Enquanto
a filha ficava na bilheteria, e ‘Mimiu’, de Agenor, na portaria, Dona Maria,
esposa de “Tião”, atendia a garotada antes da exibição e nos intervalos. Os
bombons mais variados.
Na
preferência do consumidor: a pastilha “Garoto”. Ou “Valda”. O pirulito “Zorro”.
O chocolate “Sonho de Valsa”. O chiclete “Adams”.
Perguntei
o que funcionava agora no prédio. Ainda com o nome “Cine Canário”. Valdir disse
que sedia uma repartição pública de atendimento social. Nem lembro o nome...
sábado, 7 de janeiro de 2023
Turismo afetivo III - "A bola era somente detalhe"
Por José Vanilson Julião
Ariomar de Medeiros Félix
Eugenio
Pereira Soares
João
Alfredo Guimarães
João
Batista Cavalcanti (João de Altino)
João
Canário Neto (Gingim)
José
Ailton Querino Costa (Dedé de Germinio)
José
Edinaldo Bezerra da Costa (Louro de Lourival Bezerra)
José
Macedo (Zequinha)
José
Valdir Julião
José
Vanilson Julião
José Zenóbio
de Souza (Popoca)
Luiz Bezerra
da Costa Júnior (Garrincha)
Rui Gomes
Barbosa (Rui de Passarinho)
Paulo
Canário Filho (Paulinho)
Francisco
Valdir Silveira (Sales)
A lista
em ordem alfabética destina-se a não melindrar os participantes. Pela
importância no time. Se foi craque ou perna de pau. Não importa. São alguns dos
“elementos” dos times das ruas “de cima” e “de baixo”.
Uns com
mais assiduidades. Outros nem tanto. Como o hoje pastor evangélico José Ednaldo
Bezerra da Costa, o “Louro” de Lourival e dona Lilia.
Outros lembro
apenas o primeiro nome ou apelido. Não por negligência. Ninguém pedia certidão
de nascimento de para o contrato de boca. Ou escolha no par ou ímpar.
O ligeiro
ponta-direita “Buchaga” de Manoel Pereira, que costumava tocar tambor batendo agilmente
com os dedos indicadores na “caixa do peito”. Era o mais disputado para compor
o 11 de um ou outro elenco. Quem também jogou pelos dois quadros da rua de "cima" e "de baixo" foi Zequinha de Zé Macedo, assim como Quita de Manoel Bazu e Dedé da Viúva (sobrinho de Raimundo Panta).
O
zagueiro ou meia, não lembro exatamente a posição, Ivanez, o chamado “Solda
Preta”. Que me foi apresentado por Ariomar.
O ágil e driblador
Toinho de Paulo do Correio. “Doval”, apelido herdado do craque argentino do
Flamengo e Fluminense, Zequinha, ponta arisco. “Dodó” de Severino “Fura Céu” e ainda os meninos mais novos de Zuza Passos. Cada
um com suas características.
São os
boleiros do campo de terra batida do Estádio Othon Osório, localizado
estrategicamente defronte a Maternidade Clotilde Santina. Vai que alguém se
machuca seriamente. O que nunca aconteceu.
E também
do futebol de salão, modalidade esportiva que somente se começou a praticar a
partir de 1971. Com a construção de uma quadra, com blocos de cimento, ao lado
do campo. Com o apoio do sargento Mitre.
Foi lá
que quebrei o braço. Ou melhor. Fissurei o pulso numa disputa de bola com João
Alfredo. Na queda. Fui para casa e passei a noite gemendo, Papai perguntou o
que estava havendo.
Resultado:
na manhã seguinte atendido em Currais Novos. Menos de 30 dias, em cima de um
caminhão, chuva, gesso amolecido. Durante o carnaval numa ida para Lagoa Nova.
Somente
depois o retângulo, com as balizas feitas de cano PVC, um tipo de plástico,
enxertados com areia, foi reformado e coberto, dando lugar ao atual ginásio de
esportes “José Julião Neto”.
Essa
turma também corria atrás da bola. De couro, número cinco, marrom. Ou de borracha. Não somente nos referidos equipamentos esportivos.
Também
era costume dificultar a passagem dos transeuntes nas calçadas do clube velho,
do clube de mães ou em frente à residência de dona Ritinha, mãe de “Garrincha”
(nem precisa esclarecer a motivação da alcunha).
Ocasião
em que entrava em ação o comissário de menores Joaquim Sales Guimarães, marido
da parteira da cidade, dona Maria Luiza. Quando ele sumia no horizonte a turma
retornava.
Ou num
terreno por trás da prefeitura. O “lixo do boi”, onde a bola caia e alguém
tinha que se habilitar buscá-la sob o risco de se cortar pelos cacos de vidro. Detalhe
bem lembrado por “Garrincha” em recente encontro na cidade.
E no
retângulo da praça Maria Luiza (não era assim denominada oficialmente). Com a
primeira reforma da Praça Tomaz Pereira também se passou a jogar lá. Com uma
bolinha de borracha. Em dois espaços do logradouro público.
No
quadrilátero de cerâmica preta, onde colocaram o busto do patrono em uma
espécie de pedestal retangular de cerâmica cinza. No meio dos círculos de
alvenaria que existiam: um cheio de água, outro com jardim central.
Ou no
quadrado, uma espécie de caixa de areia, que ficava para os lados da “casa
grande”, antiga moradia de Tomaz Pereira.
Mas o
maior de todos acabou sendo Garrincha, que chegou a jogar no Potiguar de
Currais Novos.
sexta-feira, 6 de janeiro de 2023
Ferreiro Basto Miguel comemora 95 anos
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Basto Miguel "bateu ferro" por anos em Cerro Corá |
Basto Miguel aprendeu o ofício de ferreiro com o pai, José Miguel, que trouxe a família de São Vicente, e trabalhou "batendo ferro" para a construção do açude Eloy de Sousa e morava por trás do sangradouro.
Basto Miguel nasceu em São Vicente em 6 de janeiro de 1928, chegou em Cerro Corá trazido por seus pais, José Soares e Maria Rosa da Conceição no ano de 1932. No ano de 1953, casou com Regina Barbosa dos Santos, filha de Santos Barbosa e Juvina Maria da Conceição.
O casal teve seis filhos: Raimundo Soares de Brito (ex-vereador e ex-prefeito), Ronilda Maria Brito de Souza (in memória) José Ruy Soares de Brito (ex-vereador), João Batista Soares, Francisca de Assis de Brito Silva e Maria Ivaneide dos Santos, 14 netos,13 bisnetos.
Reside há 54 anos na rua Guiomar Henrique, antiga "rua da oficina de Vivaldo", ele era o ferreiro mais conhecido da cidade, atualmente ainda é conhecido assim, sua esposa Regina era costureira e muitos ainda lembram dela assim.