Karen Oliveira de Agecom/UFRN
Com a nascente no município potiguar de Cerro Corá, percorrendo 176 km, passando por 18 municípios e desaguando no Oceano Atlântico, após banhar a cidade do Natal, o Potengi é um dos principais rios do Rio Grande do Norte. Contudo, as áreas de nascentes da bacia hidrográfica do rio (BHRP) vêm sofrendo com a degradação causada por ações humanas como mineração e agropecuária. Para combater os danos nas margens do rio, foi criado na UFRN o Projeto Pesquisa para Desenvolvimento de Ações de Recuperação Ambiental de Áreas de Recarga da Bacia Hidrográfica do Rio Potengi, ou Projeto Potengi.
A iniciativa surgiu em 2022 por meio de uma parceria com a Secretaria Nacional de Segurança Híbrida (SNSH), a partir de um pedido do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR). O projeto é coordenado pelos professores Paulo Vieira Cunha e Carlos Wilmer Costa, ambos do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental do Centro de Tecnologia (Decam/CT), e contando com participantes de diversos departamentos da UFRN.
Para execução da ação, foram estabelecidas sete metas a serem cumpridas, que são: diagnóstico socioeconômico e ambiental; ação de educação ambiental; validação das áreas de recuperação definidas no diagnóstico; recuperação das áreas de recarga; monitoramento das ações de recuperação ambiental; e proposição de soluções de saneamento básico; e comunicação social.
Segundo Paulo Cunha, as primeiras metas foram realizadas no final de 2022 e ao longo de 2023. A princípio, a equipe, formada por servidores, pesquisadores e alunos, elaborou um relatório com diagnóstico acerca da situação socioeconômica e ambiental de cada município banhado pelo Potengi. Foram considerados aspectos como infraestrutura social, saneamento básico, clima e condição do solo e das águas superficiais e subterrâneas. A partir do processo, foram identificadas e validadas as áreas que mais necessitam de recuperação, localizadas em quatro municípios: Cerro Corá, São Tomé, São Gonçalo do Amarante e Macaíba.
Além das ações diagnósticas, o projeto realizou oficinas de educação ambiental em diversos municípios para professores e secretários governamentais de Educação e de Meio Ambiente. Ações para melhorar o saneamento em áreas degradadas também foram feitas.
Para 2024, o plano é recuperar os 15 hectares mais degradados da bacia hidrográfica do rio Potengi, uma área equivalente a cerca de 15 campos de futebol. De acordo com Paulo, a restauração é importante para garantir a continuidade e o desenvolvimento das atividades econômicas da região. “As nascentes têm um importante papel ambiental, uma vez que fornecem água para os córregos e rios, sendo a preservação delas fundamental para o aumento da disponibilidade hídrica”, afirma o professor.
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