O blog recebeu um texto do jornalista Gilberto Oliveira, informando de mais uma mortandade de peixe no reservatório natural que deu origem à cidade de Lagoa Nova, na Serra de Santana e a 208 quilômetros de Natal. Ele informa que os peixes foram encontrados mortos às margens da lagoa nesta quarta-feira (22), repetindo-se o desastre ambiental ocorrido no começo de fevereiro deste ano, que terminou mobilizando a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema-RN) e uma comissão de políticos, liderada pelo senador Paulo Davim (PV), que chegou a ir até o local.
Segundo ele, passados três meses, a única intervenção feita foi uma análise da água, prometida à época pelo secretário José Luiz Neto que serviria para investigar as causas da mortandade dos peixes e tomar as devidas providências.
Estudantes do curso técnico em Alimentos do IFRN de Currais Novos coletaram amostras da água e levaram ao Instituto para análise. O resultado e o parecer técnico sobre a situação da Lagoa foram entregues no dia 26 de abril à vice prefeita Vitória Mendes e ao secretário José Luiz Neto. Entretanto, os laudos não foram apresentados publicamente.
Peixes mortos voltam á paisagem de reservatório natural que originou a toponímia de Lagoa Nova (foto: Roberto Paixão |
"Tentamos entrar em contado com o secretário, mas não obtivemos nenhuma resposta", avisa o jornalista, que edita o blog "Lagoa iNova", e que teve acesso ao resultado, mas a prefeitura não divulgou o parecer técnico que explica os níveis de poluição encontrados.
Dessa vez, a mortandade foi em escala menor, mas antes, toneladas de peixes mortos apodreceram às margens da Lagoa. "O cenário catastrófico impressionou pelas proporções e foi destaque nos principais veículos de comunicação do estado, com repercussão até na mídia nacional. Com o passar do tempo, o caso caiu no esquecimento e nenhuma providência efetiva foi tomada até hoje", reforça o jornalista.
De acordo com os técnicos que visitaram a Lagoa, a Caern seria notificada e multada pelo desastre ambiental já que se atribuiu preliminarmente a mortandade aos dejetos lançados pela piscina de estabilização, construída praticamente dentro do reservatório nos anos 90. O secretário municipal de Agricultura, Paulo Vandi da Costa, informa que desde 2009 foi elaborado um projeto orçado em R$ 6 milhões para a retirada da piscina de dentro da lagoa e o órgão não tomou nenhuma providência.
A seca também foi cogitada como responsável pelo desastre, mas ninguém se pronunciou sobre o fato da poluição da Lagoa ocorrer mesmo antes da construção da piscina de estabilização e nada nunca ter sido feito para solucionar o problema. "Além do mau cheiro, os peixes em decomposição podem ocasionar a transmissão de doenças e representam um risco eminente à saúde pública", diz o texto encaminhado pelo jornalista ao blog www.cerrocoranews.blogspot.com .
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