segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Turismo afetivo IV - "A memória cinematográfica"

Por José Vanilson Julião

Na estadia em Cerro Corá, ao percorrer as ruas centrais – de norte a sul – pedi ao mano Valdir para fotografar prédios ou lugares da minha infância.

Como a Maternidade Clotilde Santina, o Estádio Othon Osório, o Ginásio de Esportes José Julião Neto e o “motor da luz”. Os quais serão alvos de futuro artigo nesta série.

Mas agora, vou falar mesmo é sobre o Cine Canário, justamente a edificação que esqueci de mandar registrar em fotografia. Apesar da fachada continuar a mesma da segunda metade dos anos 60.

Não é a primeira vez que o cinema é alvo de escrita de minha autoria. Entre 2011 e 2012 fiz um artigo publicado em extinto jornal mensal alternativo. Um dos assuntos era a arrecadação da grana para o bilhete da entrada.

“A Esperança” tinha como público alvo moradores do bairro da Cidade da Esperança (Zona Oeste de Natal). No site “Jornal da Zona Sul”, também da capital, Valdir também discorre sobre o cine. Assim como no “Cerro Corá News”.

Quando são citadas peripécias dos “furtos” de fotogramas das películas. “Repassadas” em “máquinas” de caixa de sapato. Com lentes improvisadas dos antigos monóculos de fotos coloridas. Ou lâmpadas GE (General Eletric).

O propósito dos seis primeiros parágrafos foi introduzir o leitor na história do cinema administrado pelo treinador de futebol, tocador de sanfona, dono de armarinho e Papai Noel Sebastião Canário de Brito.

Ele era o exibidor das fitas de Hollywood e das chanchadas brasileiras. Dos seriados “Flash Gordon” e “Jim das Selvas”. Dos faroestes e dos épicos, como “Os Dez Mandamentos”, exibido na Semana Santa.

Ao passar em frente não teve como não lembrar das músicas transmitidas pelo éter. Nos intervalos das chamadas da fita a ser exibida no dia. Pela boca de ferro. Com o próprio exibidor ao microfone.

Na quarta-feira a noite. Ou na tarde dominical. Ecoava as vozes dos cantores da “Jovem Guarda”. Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Jerry Adriany e Wanderley Cardoso. Wanderleia, Martinha e Rosemary.

Dois eram figurinhas carimbadas e escolhidos a dedo. Ronnie Von, com o sucesso “A Praça”, e Sílvio Cesar, com o “hit” “Férias na índia”, lançado em 1969, e também “rodado” no toca-discos do GPK.

Sebastião primeiro exibia os celuloides no “clube velho” e somente depois passou para o “clube novo”, onde passou a funcionar, a partir de agosto de 1967, o Grêmio Presidente Kennedy, o famoso GPK, citado em artigo anterior.

A tradição familiar repassada para os conterrâneos indica que Sebastião contou com o apoio dos irmãos residentes em Natal para construir o prédio do “Cine Canário”.

Severino e Geremias, este, como Sebastião, nomes de ruas na cidade. O primeiro gerente e homem de confiança de Cyro Cavalcante, firma de representação de autopeças, localizada no bairro da Ribeira.

Geremias, que eu pensava ser com “jota”, foi chefe de oficinas na Base Aérea de Parnamirim, ainda distrito da capital, convidado por um norte-americano, como afirmou o sobrinho João Maria Canário (filho de Severino).

Sebastião era registrado com firma antes da finalização do prédio quase ao lado do Clube de Mães Santa Zita (antes era a casa do tabelião Antônio Pinheiro, pai de Sérgio – o mais velho – e Antomar, com quem brincava com os soldados do chocolate “Toddy”).

É o que atesta o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), com razão social em nome de Sebastião Canário de Brito, com data de 12 de setembro de 1966.

A empresa individual é desativada voluntariamente em 16 de agosto de 1993. Portanto 23 anos antes do falecimento de Sebastião, ocorrido em 27 de julho de 2016.

Portanto os dados indicam e provam, pela primeira vez na imprensa cerro-coraense, o atestado de nascimento, informal ou não, do embrionário “Cine Canário”, ainda sem a sede definitiva.

O cine não faz lembrar somente o conteúdo das latas de zinco. Os rolos de filme. Na memória cinematográfica do articulista também consta a “bomboniere”.

Enquanto a filha ficava na bilheteria, e ‘Mimiu’, de Agenor, na portaria, Dona Maria, esposa de “Tião”, atendia a garotada antes da exibição e nos intervalos. Os bombons mais variados.

Na preferência do consumidor: a pastilha “Garoto”. Ou “Valda”. O pirulito “Zorro”. O chocolate “Sonho de Valsa”. O chiclete “Adams”.

Perguntei o que funcionava agora no prédio. Ainda com o nome “Cine Canário”. Valdir disse que sedia uma repartição pública de atendimento social. Nem lembro o nome...

 

 


sábado, 7 de janeiro de 2023

Turismo afetivo III - "A bola era somente detalhe"

Por José Vanilson Julião

Ariomar de Medeiros Félix

Eugenio Pereira Soares

João Alfredo Guimarães

João Batista Cavalcanti (João de Altino)

João Canário Neto (Gingim)

José Ailton Querino Costa (Dedé de Germinio)

José Edinaldo Bezerra da Costa (Louro de Lourival Bezerra)

José Macedo (Zequinha)

José Valdir Julião

José Vanilson Julião

José Zenóbio de Souza (Popoca)

Luiz Bezerra da Costa Júnior (Garrincha)

Rui Gomes Barbosa (Rui de Passarinho)

Paulo Canário Filho (Paulinho)

Francisco Valdir Silveira (Sales)

A lista em ordem alfabética destina-se a não melindrar os participantes. Pela importância no time. Se foi craque ou perna de pau. Não importa. São alguns dos “elementos” dos times das ruas “de cima” e “de baixo”.

Uns com mais assiduidades. Outros nem tanto. Como o hoje pastor evangélico José Ednaldo Bezerra da Costa, o “Louro” de Lourival e dona Lilia.

Outros lembro apenas o primeiro nome ou apelido. Não por negligência. Ninguém pedia certidão de nascimento de para o contrato de boca. Ou escolha no par ou ímpar.

O ligeiro ponta-direita “Buchaga” de Manoel Pereira, que costumava tocar tambor batendo agilmente com os dedos indicadores na “caixa do peito”. Era o mais disputado para compor o 11 de um ou outro elenco. Quem também jogou pelos dois quadros da rua de "cima" e "de baixo" foi Zequinha de Zé Macedo, assim como Quita de Manoel Bazu e Dedé da Viúva (sobrinho de Raimundo Panta). 

O zagueiro ou meia, não lembro exatamente a posição, Ivanez, o chamado “Solda Preta”. Que me foi apresentado por Ariomar.

O ágil e driblador Toinho de Paulo do Correio. “Doval”, apelido herdado do craque argentino do Flamengo e Fluminense, Zequinha, ponta arisco. “Dodó” de Severino “Fura Céu” e ainda os meninos mais novos de Zuza Passos. Cada um com suas características.

São os boleiros do campo de terra batida do Estádio Othon Osório, localizado estrategicamente defronte a Maternidade Clotilde Santina. Vai que alguém se machuca seriamente. O que nunca aconteceu.

E também do futebol de salão, modalidade esportiva que somente se começou a praticar a partir de 1971. Com a construção de uma quadra, com blocos de cimento, ao lado do campo. Com o apoio do sargento Mitre.

Foi lá que quebrei o braço. Ou melhor. Fissurei o pulso numa disputa de bola com João Alfredo. Na queda. Fui para casa e passei a noite gemendo, Papai perguntou o que estava havendo.

Resultado: na manhã seguinte atendido em Currais Novos. Menos de 30 dias, em cima de um caminhão, chuva, gesso amolecido. Durante o carnaval numa ida para Lagoa Nova.

Somente depois o retângulo, com as balizas feitas de cano PVC, um tipo de plástico, enxertados com areia, foi reformado e coberto, dando lugar ao atual ginásio de esportes “José Julião Neto”.

Essa turma também corria atrás da bola. De couro, número cinco, marrom. Ou de borracha. Não somente nos referidos equipamentos esportivos.

Também era costume dificultar a passagem dos transeuntes nas calçadas do clube velho, do clube de mães ou em frente à residência de dona Ritinha, mãe de “Garrincha” (nem precisa esclarecer a motivação da alcunha).

Ocasião em que entrava em ação o comissário de menores Joaquim Sales Guimarães, marido da parteira da cidade, dona Maria Luiza. Quando ele sumia no horizonte a turma retornava.

Ou num terreno por trás da prefeitura. O “lixo do boi”, onde a bola caia e alguém tinha que se habilitar buscá-la sob o risco de se cortar pelos cacos de vidro. Detalhe bem lembrado por “Garrincha” em recente encontro na cidade.

E no retângulo da praça Maria Luiza (não era assim denominada oficialmente). Com a primeira reforma da Praça Tomaz Pereira também se passou a jogar lá. Com uma bolinha de borracha. Em dois espaços do logradouro público.

No quadrilátero de cerâmica preta, onde colocaram o busto do patrono em uma espécie de pedestal retangular de cerâmica cinza. No meio dos círculos de alvenaria que existiam: um cheio de água, outro com jardim central.

Ou no quadrado, uma espécie de caixa de areia, que ficava para os lados da “casa grande”, antiga moradia de Tomaz Pereira.

Mas o maior de todos acabou sendo Garrincha, que chegou a jogar no Potiguar de Currais Novos.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Ferreiro Basto Miguel comemora 95 anos


Basto Miguel "bateu ferro" por anos em Cerro Corá 
Ferreiro, soldador e agricultor, tendo trabalhado muitos anos na antiga Bodominas, Sebastião Soares de Brito, mais conhecido como "Basto Miguel", completa hoje 95 anos. 

Basto Miguel aprendeu o ofício de ferreiro com o pai, José Miguel, que trouxe a família de São Vicente, e trabalhou "batendo ferro" para a construção do açude Eloy de Sousa e morava por trás do sangradouro.

Basto Miguel nasceu em São Vicente em  6 de janeiro de 1928, chegou em Cerro Corá trazido por seus pais, José Soares e Maria Rosa da Conceição no ano de 1932. No ano de 1953, casou com Regina Barbosa dos Santos, filha de Santos Barbosa e Juvina Maria da Conceição.

O casal teve  seis filhos: Raimundo Soares de Brito (ex-vereador e ex-prefeito), Ronilda Maria Brito de Souza (in memória) José Ruy Soares de Brito (ex-vereador), João Batista Soares, Francisca de Assis de Brito Silva e Maria Ivaneide dos Santos, 14 netos,13 bisnetos. 

Reside há  54 anos na rua Guiomar Henrique, antiga "rua da oficina de Vivaldo", ele era o ferreiro mais conhecido da cidade, atualmente ainda é conhecido assim, sua esposa Regina era costureira e muitos ainda lembram dela assim. 

Turismo afetivo II - "O licor verde batizado"

Refúgio de Carlos Canário na Serra de Santana pelas lentes de seu próprio celular


Por José Vanilson Julião

No primeiro dia das duas semanas em Cerro Corá, com a imensa bagagem despejada no antigo armazém dos meus avós maternos, Valdir logo se desloca para conversar com os amigos. Sou obrigado a acompanhar.

O técnico em geologia aposentado Túlio Libânio de Melo, filho do falecido protético e ex-vereador Lourival Libânio de Melo e da costureira dona Ana, dá a dica.

Aceita imediatamente. Subir a serra de Santana para conhecer a nova casa “de veraneio” de Carlos Alberto Canário.

Muita bem distribuída em seus cômodos com amplo terreno para árvores frutíferas (manga e caju se dão muito bem no terreno plano e arenoso).

Inclusive a residência é ladeada com alpendres espaços para as redes de dormir (visitantes que mandam). “Carlinhos de Babaia” e de “Quinca Canário” havia me convidado para conhecer o refúgio.

Túlio é quem assume o volante para deixar o mano a vontade para bebericar. No que concordo prontamente. Vai que aparece um guarda na descida da serra.

O quinteto é composto, ainda, por um assessor para assuntos aleatórios, etílicos e socorristas. Ailson, o “Gordinho”, filho de “Aloísio Marchante”.

Carlinhos e Túlio colocam uma batata quente nas mãos do redator: contar a história do Grêmio Presidente Kennedy. O clube social ficava onde hoje está em reforma a Câmara de Vereadores, cuja sede funcionava, até meados dos anos 80, em outro salão da Prefeitura.

Acabam contanto histórias hilárias e de reconhecimento pessoais envolvendo a agremiação recreativa e futebolística, na qual um dos protagonistas é um dos mentores do surgimento da entidade social e esportiva, meu pai, José Julião Neto.

O auge do clube se dá entre agosto de 1967 (ano da fundação) e 1972, pelo menos é o que alcança a memória seletiva.

Por esta época Carlinhos passa a residir definitivamente na terrinha, após perambular pelo Nordeste afora com a família. Pelas transferências do pai, o sargento do Exército Joaquim Canário.

A serviço do Batalhão de Engenharia de Combate e Construção. De João Pessoa, capital paraibana, a Picos, no ensolarado interior piauiense.

Conta, com orgulho mal disfarçado, que a garotada o achava péssimo no jogo de "pingue-pongue" (tênis de mesa"), e, por pura "maldade" e "desforra", amassava, com a botina, as inocentes bolinhas brancas.

O celuloide com diâmetro de 40 milímetros, peso 2,74 gramas, então exalava um cheiro característico. E viciante. Que dizem ser gás nitrogênio.

Nas oportunidades que surgia. Com o esférico saltitante no salão anexo ao dancing. Mal rebatido ao quicar na mesa de madeira pintada de verde com listas laterais e nos fundos em branco. Com a rede divisória na mesma cor do retângulo. Confundindo o míope da ocasião (eu).

Para o desespero do primo Rui Barbosa, filho de “Passarinho" (gerente do posto Shell do ex-prefeito José Walter Olímpio), um dos assíduos mesatenistas. Façanhas que lhe renderam dupla suspensão do presidente Zé Julião.

Túlio, por sua vez, lembra com carinho, nas férias escolares, com a grana curta, Zé Julião lhe franqueava a entrada nas festas dançantes - inclusive no carnaval.

Mas ele, do alto da dignidade e reconhecimento, propunha tomar conta do bar do clube um tempo determinado, e Itamar, filho de "Manoel Sapateiro" ou "Ventola", o outro período. E todos se divertiam a valer...

Seu Manoel depois se estabeleceu com restaurante na rua comercial, imediações da casa de jogos de Luiz Bezerra da Costa (pai do craque Luiz Júnior, o “Garrincha”). Papai até autorizou lá, nas férias escolares, o café da manhã.

Valdir beberica umas latinhas de cerveja. Peço uma Coca, mas Carlinhos me oferece um aperitivo sem álcool. Muito suspeito. Aceito pela consideração ao amigo.

Recipiente comprado na andança com a esposa Teresinha pelo interior pernambucano. O litro branco, com adesivo amarelo - não lembro nem as imagens - guarda um liquido esverdeado.

Na primeira lapada, bebericada aos poucos, de um copinho quase miniatura, digo: - Eu sabia... Tomo cinco doses. Completo com três copos de cerveja no retorno. Se arrependimento matasse...

No último contato Carlinhos disse que ia jogar fora a mistura - com hortelã e abacaxi - pelo excessivo tempo de maturação do restante do conteúdo (menos da metade).

Deputado Benes Leocádio apoia Luciano Santos para presidente da Femurn

Benes Leocádio (d) conversa
 com prefeitos Luciano Santos e Pedro Henrique 

Candidato em chapa consensual a presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn), o prefeito de Lagoa Nova,  Luciano Santos (MDB), passou a contar com apoio do deputado federal Benes Leocádio (União Brasil), que já presidiu a instituição por três vezes (2009/2012, 2013/2015 e 2017/2018). 

O prefeito Pedro Henrique (Pedra Grande), que concorre a Tesoureiro na chapa, acompanhou as conversas. 

"O municipalismo do Rio Grande do Norte é quem ganha com o consenso na Femurn. Estamos  unidos com a responsabilidade de tocar pelos próximos anos, uma parceria com esta instituição", disse o parlamentar, que tem direito a voto na eleição prevista para a manhã do dia 13. 

"Todos sabem do nosso histórico de ações através do mandato na Câmara dos Deputados, e sempre digo que colhemos o que plantamos pela história do municipalismo nesse Estado. Luciano Santos é um nome capaz, que une juntamente com todos os gestores que integram a chapa", completou Benes, que inicia seu segundo mandato em Brasília, em fevereiro. 

Luciano Santos, apresentou metas e eixos com o intuito de planejar um trabalho para o biênio 2023/2024 na instituição, que reúne hoje todos os 167 municípios do Rio Grande do Norte. A Chapa “Municipalismo Forte, Municípios Desenvolvidos” é composta por representantes de todas as regiões do Estado. 

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Turismo afetivo I - "A capital da Serra de Santana"

Lagoa Nova "eleita" capital da Serra de Santana (acervo de Ismael Medeiros)

José Vanilson Julião

Após 40 anos, em dezembro, passei 15 dias na terra natal. Aproveitei para rever os lugares por onde passei na infância e pré-adolescência. Visitei familiares. E amigos.

Também colhi informações "perdidas" de parentes. E rememorei histórias antigas. E ainda presenciei situação curiosa.

Numa dessas subidas a Serra de Santana, o acidente geográfico que reina imponente na Região do Seridó.

No retorno de uma visita a parentes da esposa do meu irmão, Ana - ambos responsáveis diretos pela minha saída de casa, mesmo a contragosto.

Numa parada para almoço. Em um restaurante. Não sei se fica entre a divisa de Lagoa Nova e Cerro Corá. Mais pra lá do que pra cá? Ou mais pra cá do que pra lá?

Mesa posta, brinco com uma menininha curiosa. Que perambula de mesa em mesa. Certamente filha de alguém do estabelecimento.

Porém as peraltices da criança têm minha atenção desviada para uma frase na camisa de meia branca. Da garçonete.

Em letras pretas, bem visíveis, está na vestimenta: "Lagoa Nova, a capital da Serra de Santana".

Achei uma petulância, digo, brincando, para o mano. Não é que se acham melhores do que Cerro Corá?

Valdir sai em defesa dos vizinhos. O município cresceu muito mais deste os anos 70. Passa dos 15 mil habitantes (zona urbana e rural).

Cerro Corá passou dos 2.500 por volta de 1971/72 para 11 mil. Conforme recente censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

Ambos perderam moradores. O primeiro pouco mais de duas centenas. O segundo em torno de centena e meia.

Até um cerrocoraense residente em Manaus, Arijório de Medeiros Félix, em grupo de "zap", brinca: - Será que foram para Bodó (esta ganhou pouco mais de 200 habitantes) ou Cafuca, povoado no município de Santana do Matos.

As cidades realmente mudaram. Agora há até edificações com dois e três pavimentos. A maioria das ruas calçadas. O comércio, proporcionalmente, fervilha.

Antigamente os estudantes de Lagoa Nova vinham estudar no ginásio comercial "Pedro II", mantido pela Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC).

Talvez por isso a “inveja” do visitante pelo dístico da blusa da senhorinha. Descubro depois. Mãe da menininha.

Enquanto Cerro -Corá apela para a autodenominação "Suíça do Seridó". Enfim, são ligadas por estrada asfaltada. Não mais com piso de areia ou terra batida.

Lagoa Nova com um pelotão da Polícia Militar. E Cerro Corá com uma delegacia de Polícia Civil (judiciária) com jurisdição na "rival" e em Bodó, emancipado de Santana dos Matos.

Em economia Lagoa está à frente. No produto interno bruto (PIB). Dados de 2012. No posicionamento estadual 50 (86,503 mil) x 66 (64,820).

 

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Vanilson Julião relembra leitura da Revista dos Esportes com Arian Félix

Arian Félix em conversa com
filho de saudoso amigo Zé Julião 

Bate-papo animado semana passada em Cerro Corá. Jornalista Vanilson Julião há pelo menos quatro décadas não passava mais que dois dias em Cerro Corá. Esposa de seu Arian Félix, dona Ana de Medeiros Félix segurando as muletas de Vanilson, acessórios usados por ele depois que sofreu um acidente doméstico em casa, em 2015.

Com um exemplar de um almanaque da Revista dos Sports, 1962, Vanilson lembrando que Arian Félix e José Julião (falecido em 1989) compravam as revistas, a meninada lia todas e rasgava os pôsteres de jogadores para coleção. No detalhe, Garrincha.

Diretora Executiva explica função do Geoparque Seridó


 

Geólogo Marcos Nascimento explica sustentabilidade do Geoparque Seridó


 

Geoparque Seridó recebe projeto de sinalização

 

Fátima Bezerra visita Cruzeiro de Currais Novos
e anuncia projeto de sinalização do Geoparque Seridó 

Com apoio do Governo do Rio Grande do Norte o Geoparque Seridó Mundial da Unesco passará a ter projeto básico de sinalização do Seridó Geoparque Mundial na área localizada nos municípios de Currais Novos, Carnaúba dos Dantas, Parelhas, Acari, Cerro Corá e Lagoa Nova.

A proposta de sinalização utiliza elementos representativos da flora e fauna, da geografia e da cultura local para trazer identidade e identificação, permitindo integração à paisagem e circulação segura. As peças devem ser confeccionadas em ladrilho, cerâmica, pedras e concreto, materiais duráveis e resistentes às intempéries e facilmente encontrados na região.

A sinalização tem caráter informativo e educativo informando sobre o geoparque, inclusive com conteúdo em braile, orientando o percurso de deslocamento no local em trilhas, túneis, formações geológicas.

"A concepção do projeto de sinalização é muito boa. Estamos avançando para consolidar o Seridó Geoparque da Unesco, no RN, que é um dos três no Brasil. Isto vai fortalecer a interiorização do turismo histórico, cultural e de aventura", afirmou a governadora Fátima Bezerra. 

A governadora do Estado esteve em Currais Novos nesta quinta-feira (22) e acrescentou que a sinalização vai trazer segurança e conhecimento aos visitantes: "Vamos preparar os termos de referência para lançarmos o edital de licitação e executar os serviços no segundo semestre de 2023 para executar a sinalização que tem valor de R$ 1.193 milhão. Também vamos investir R$ 200 mil em divulgação e promoção, além dos R$ 190 mil já investidos no projeto básico". 

Outro investimento importante do Governo do RN é a recuperação e reconstrução de estradas.  "Estrada é importante infraestrutura para o desenvolvimento econômico e turístico. Temos 30 projetos executivos elaborados para recuperação de estradas em todo o RN, algumas em execução como a 223 que faz a ligação ao Oeste e à Paraíba", destacou para ainda registrar: "e vamos pavimentar a estada da produção trecho São Tomé a Cerro Corá, que é também porta de entrada para o Seridó". 

O prefeito de Currais Novos, Odon Junior, disse que "conseguir a chancela da Unesco não foi fácil.  Foi muito trabalho para termos o pioneiro Geoparque na caatinga, bioma exclusivamente brasileiro. Quero agradecer ao atual Governo do Estado que apoiou este trabalho. Hoje já temos pessoas vindo conhecer o Geoparque, isso atrai novos negócios como restaurantes, pousadas e hotéis, fortalecendo a economia".

O prefeito de Acari, Fernando Antônio Bezerra, enfatizou que um dos eixos estruturantes da nossa economia é o turismo. E estas ações do Governo do Estado são importantes e necessárias.  Vejo o Seridó Geoparque da Unesco como uma janela de esperança para gerar trabalho e renda para nossa população"

A governadora foi acompanhada na reunião pela secretária de Estado do Turismo, Ana Costa, secretário de Infraestrutura, Gustavo Coelho, diretor-geral do Idema Leon Aguiar, diretor da Fundação José Augusto, Fábio Henrique. Também participaram Camila Duarte, arquiteta da Setur, o professor Marcos Nascimento, coordenador científico do Seridó Geoparque da Unesco, os prefeitos de Carnaúba dos Dantas, Gilson Dantas de Oliveira, de Parelhas, Tiago de Medeiros Almeida, representantes dos prefeitos de Cerro Corá e de Lagoa Nova e secretários municipais. 

Ainda em Currais Novos, a governadora participou da entrega de certificados de qualificação para o turismo a alunos que concluíram os cursos. O investimento em qualificação de pessoal para trabalhar na área do turismo, segundo informou a titular da Setur, Ana Costa, é de R$ 1,5 milhão através do projeto Governo Cidadão que opera recursos de empréstimo ao Banco Mundial.

Fonte - Assecom/GE