Por José Vanilson Julião*
As
adjetivações do título caem muito bem e retratam fielmente a onda das
manifestações de contrariedade, repulsa, revolta e espanto detectados nas redes
sociais, na tarde/noite desta sexta-feira, diante a notícia da queda do veto do
prefeito Raimundo Marcelino Borges às mudanças perpetradas pelo Poder
Legislativo a um dos símbolos da municipalidade.
Dos
menos de dez internautas que o editor do blog “Jornal da Grande Natal” enviou a
reportagem anterior apenas um se mostrou favorável as mudanças no Brasão
cerro-coraense com a mesma justificativa sem sentido do autor do projeto, o
ex-presidente da Câmara, Rodolfo Guedes.
Entretanto
as maiores reclamações, na sua totalidade, vieram de pessoas de grupos
específicos que tiveram acesso ao texto, no “zap” ou “Facebook”. Uma delas
relatou que o Japão não mexeu na Bandeira do “Sol Nascente” para colocar um
computador; “Nos Estados Unidos da América não colocaram nave espacial”, diz
ainda o indignado internauta.
Outro
conterrâneo, Arijório Félix da Silva, residente fora da cidade, e em visita a
terra natal, disse que vai procurar todos os vereadores, em especial os cinco
que derrubaram o veto do projeto (anteriormente aprovado por unanimidade dos
noves vereadores), e perguntar olho no olho, cara a cara, “O porquê dessa
mudança...”
Este
mesmo cidadão, empresário, um dos mais indignados, até disse que iria mandar
copiar a reportagem do blog, primeiro com 500 exemplares, mas em seguida
aumentou para mil, com o fim de distribuir nas cidades vizinhas, Lagoa Nova e
Bodó, para que lá não aconteça a mesma decisão estapafúrdia e com
inconsequências reais e nada produtivas.
Até o padre Alcivan Gomes, cerrocoraense, de família tradicional, entrou na discussão: -
Tanta coisa séria para se preocupar, como infraestrutura, saúde e educação. Aí
gastam o tempo para fazer modificações absurdas no Brasão histórico do
município, que é composto por elementos próprios da história de um povo. Vão
estudar as regras da heráldica, senhores vereadores!
Completa
o religioso: - Para facilitar a compreensão dos senhores edis uma ajudinha dos
universitários: “Heráldica ou armaria é um sistema de identificação visual e
simbolismo criado na Europa no século XII, baseado nos brasões de armas e
escudos.
O
termo também designa a arte de elaborar os brasões e a ciência que estuda suas
regras, formas, tradições, simbolismos e significados históricos, políticos,
culturais e sociais.
Já
a internauta e professora Ivanise Dantas mostrou a ausência de arregimentação
da população. “O nosso erro como eleitor e defensor da continuidade e
permanência do nosso símbolo: não fizemos protestos presenciais na Câmara no
dia da votação.
A pressão popular aconteceu antes nos grupos da “whatsapp”. Eu tinha convicção que os vereadores iriam repensar no voto e foi revertido alguns votos. O apelo não foi considerado, infelizmente. Fiquei sem palavras para externar a minha indignação.
Quanto
ao comentarista, guardadas as devidas proporcionalidades, digo: é como se o
Brasão de Natal, a capital dos potiguares, fosse desfigurado na simbologia dos
Reis Magos, para se colocar uma foto ou de uma imagem estilizada da Via
Costeira representando o turismo.
Ou
substituir o ramo de café do Brasão paulistano (referente a capital) por uma
chaminé fumegante das Industrias Reunidas Matarazzo, de um lado, e um produto
da outrora grande empresa, uma lata de óleo “Sol Levante”, que, nos anos 30,
deu nome a um time de futebol em João Pessoa, a distinta capital paraibana.
E ainda
o americano trocar a Águia do selo nacional pelo famoso arranha-céu Empire
States Building ou por uma imagem do World Trade Center, aquele do conhecido
ataque terrorista.
*Transcrição do blog Jornal da Grande Natal
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