segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Prefeito consegue maioria na Câmara, o que ex-prefeita não teve em quatro anos

O prefeito de Cerro Corá, Raimundo Marcelino Borges (PSDB), o "Novinho" administrou o município com minoria na Câmara em praticamente um ano de seu terceiro mandato no Executivo. Numa demonstração de força política, com a adesão dos vereadores Breno Bezerra (PSD) e Claudicéia Gomes (Republicanos) passa a ter maioria no Poder Legislativo, com uma bancada de cinco dos noves vereadores que compõem a Casa. Os dois se juntam aos vereadores João Alexandre e José Gomes (PP) e a Felipe Silva (PSDB).

A bancada da oposição tinha seis vereadores e agora passa a ser minoria, com os vereadores Aldo Maciel, Vagton Arroz e Santos Capote, todos do PSD, partido da ex-prefeita Maria das Graças Oliveira e que é presidido no município por seu marido, o professor Adevaldo Oliveira.

Agora, o prefeito "Novinho" alcança a tranquilidade para aprovar projetos de seu interesse na Câmara Municipal, apoio político que a ex-prefeita Graça Oliveira não teve em quatro anos de mandato, administrou o município sempre com minoria na Câmara.


"Novinho" anuncia adesão de vereadores Breno Bezerra e Claudiceia Gomes

Prefeito "Novinho" anuncia adesão de vereadores da oposição projeto político da situação

O prefeito Raimundo Marcelino Borges (PSDB) anunciou, nas redes sociais, a adesão ao seu projeto político e administrativo de dois vereadores da oposição: "Manhã desta segunda-feira (13) me reuni junto ao meu vice-prefeito Elzinho e os vereadores que compõem a nossa bancada, Dedé, Felipe e João Alexandre, onde tivemos a honra de receber o vereador da oposição Breno Bezerra e a vereadora Claudiceia que participou da reunião através de videochamada".

Segundo o prefeito, "os mesmos estão vindo para somar junto com o nosso grupo para trabalhar ainda mais em prol da nossa população Cerrocoraense".

sábado, 11 de dezembro de 2021

Cerro Corá, 68 anos, ontem e hoje


Antiga rua Vivaldo Pereira, agora denominada Sérvulo Pereira, com desfile de 7 de Setembro no começo dos anos 70, e o casario original sem ampliações de pavimento superior que caracteriza, atualmente, o centro comercial da cidade.
 

Aspecto atual da rua Sérvulo Pereira, centro comercial da cidade, que hoje completa 68 anos de emancipação política de Currais Novos, oficializada em 1953 no auge do poder político da família Pereira, impulsionado pelo "boom" econômico da xilita durante a Guerra Fria entre os blocos liderados por Estados Unidos e a extinta União Soviética.



sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Aldo Maciel é candidato a presidente da mesa diretora da Câmara

Vereador Aldo Maciel (PSD) assina registro de chapa para eleição da mesa diretora da Câmara Municipal de Cerro Corá nesta segunda-feira (13). Ele vai suceder o presidente Rodolfo Guedes (Republicanos). Os outros membros a serem eleitos são os vereadores José Gomes (PP), vice-presidente; João Alexandre (PP), primeiro secretário e Santos Capote (PSD), segundo secretário. 

 

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Prefeito cancela shows dos 68 anos de Cerro Corá devido pandemia

O prefeito de Cerro Corá, Raimundo Marcelino Borges (PSDB) cancelou as festividades comemorativas dos 68 anos de emancipação política de Cerro Corá, que estavam previstas para este sábado (11), a partir de recomendação do comitê de saúde por conta da pandemia de coronavírus. Uma das motivações, segundo o chefe do Executivo, foi o grande número de pessoas com suspeitas de Covid-19 que procuraram o centro de saúde, no fim de semana, principalmente de cerrocoraenses que trabalham fora do município.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Concurso para bolo de aniversário de Lagoa Nova terá até três metros

A prefeitura de Lagoa Nova abriu concurso sobre elaboração e confecção de projeto artístico do bolo comemorativo pela passagem do aniversário da cidade, com entrega pública às 7 horas do dia 02 de janeiro. O ganhador do concurso a ser divulgado no dia 20 deste mês, terá como premiação a quantia de R$ 1 mil. 

O boldo para atender 100 pessoas deverá seguir as cores que predominam na bandeira do município (azul, principalmente, amarelo, verde e branco). O bolo poderá ter no máximo três andares e apresentar topo que remeta a alguma característica de atividade (econômica, cultural ou histórica) da cidade.

As inscrições serão gratuitas e deverão ser realizadas até 10 de dezembro de 2021.


sábado, 4 de dezembro de 2021

Atletas cerrocoraenses brilham em Teresina

Brenna Munique na arrancada final da vitória em Teresina, no Piauí 

As atletas cerrocoraenses Emily Tainara e Brenna Munique brilham no Troféu Norte Nordeste sub 18 de Atletismo, que está sendo realizado em Teresina (PI). Emilly venceu a prova dos 5 mil metros da marcha atlética, na primeira prova do evento .

Já Brenna Munique correu e venceu, na tarde deste sábado (05), os 400 metros rasos com o tempo de 1'00"56.

O outro cerrocoraense João Vitor faz sua estréia no Norte-Nordeste logo mais no salto em altura

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Fátima recebeu Unesco e prefeitos para tratar do Geoparque Seridó

A luta de onze anos em defesa de uma área de 2.800 quilômetros quadrados no coração da Caatinga, caminha para um final com o reconhecimento mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Trata-se do Geoparque Seridó, que recebeu esta semana a visita de dois técnicos da Unesco - o português Arthur Abreu e a uruguaia Helga Molina.

Nesta sexta-feira (26), uma comitiva formada pelos avaliadores, prefeitos da região, pesquisadores e ativistas foi recebida pela governadora Fátima Bezerra e pelo vice-governador Antenor Roberto, que também contou com a participação do prefeito de Cerro Corá, Raimundo Marcelino Borges (PSDB), o "Novinho". 

"Por tudo o que eles viram no local, a visita renova nossa confiança de que estamos perto de alcançar esse reconhecimento mundial. Será uma conquista extraordinária. Adquirir esse status vai contribuir fortemente para a preservação do meio ambiente, para a defesa da educação, de nossa história. Vai trazer uma coisa muito importante que é o incentivo ao turismo, uma atividade que gera empregos para nosso povo", disse a governadora Fátima Bezerra, observando que a iniciativa dialoga com as ações do governo para a interiorização da atividade turística. 

 No decorrer da reunião, a governadora fez um relato da preocupação do governo com a preservação do meio ambiente, citando a transição energética que coloca o RN como líder nacional na produção de energias alternativas, e a participação do RN no Consórcio Verde, uma iniciativa do Fórum Nacional dos Governadores em sintonia com as metas ambientais da conferência do clima, COP26. Fátima é uma das coordenadoras do comitê temático Bioma da Caatinga. 

Na visita ao território, última etapa da candidatura do território ao Programa Internacional de Geociências e Geoparques, os avaliadores observaram aspectos voltados ao turismo, à educação e preservação ambiental. O relatório a ser produzido por eles será analisado pela Unesco. Até abril do próximo sai a decisão favorável ou não à chancela do pleito. 

Segundo o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Marcos Leite do Nascimento, coordenador científico do Consórcio Geoparque Seridó, o reconhecimento internacional é importante porque vai favorecer as comunidades locais no desenvolvimento do turismo, da educação e da conservação. "Receber essa chancela é algo inimaginável, mas pelo trabalho árduo que fizemos nos últimos anos, e a parceria da UFRN com do governo do Estado e outras entidades, acreditamos que até abril do próximo ano nos tornaremos um geoparque mundial da Unesco. 

Marcos explicou que o reconhecimento internacional não limita as atividades econômicas na área. "É um território aberto, onde todas as atividades econômicas são desenvolvidas naturalmente sem necessidade de qualquer mudança. Pode ter energia eólica, mineração etc., desde que seguindo as normas de uso sustentável. 

Na área do geoparque estão inseridos, entre outros, a nascente do Rio Potengi (Cerro Corá), o Monte do Galo (Carnaúba dos Dantas), os açudes Gargalheiras (Acari) e Boqueirão (Parelhas), a Mina Brejuí e o Cânion dos Apertados (Currais Novos) e Tanque dos Poscianos (Lagoa Nova). Vice-presidente do consórcio do Geoparque, o prefeito de Carnaúba dos Dantas, Gilson Dantas, agradeceu o apoio que o governo do Estado está dando à iniciativa.

O avaliador Arthur Abreu disse que o "território aspirante" do Seridó está no bom caminho, e sugeriu a promoção de uma atividade conjunta dos geoparques de Portugal e do Brasil para o bicentenário da Independência, a ser comemorado em 2022. No mundo há 169 geoparques reconhecidos pela Unesco. O Brasil tem apenas um, o do Araripe, no Ceará. Além do Seridó, o território Caminhos dos Cânions do Sul, na divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Norte, também busca a chancela da ONU.

Governadora do Estado recebe representantes da Unesco e prefeitos do Seridó (foto - Pedro Lúcio Carvalho)

Representação Os seis municípios onde o geoparque está inserido marcaram presença na reunião. Gilson Dantas (prefeito de Carnaúba dos Dantas), Raimundo Borges (prefeito de Cerro Corá), Ana Albuquerque (vice-prefeita de Currais Novos), Ari Bezerra (vice-prefeito de Acari) Ulysses Bezerra (assessor do prefeito de Parelhas), Josiane Gomes (representante do prefeito de Lagoa Nova). Também participaram o superintendente da Emprotur, Bruno Reis; a subsecretária da Secretaria Estadual de Turismo, Solange Portela; Nayara Santana, gerente de promoção internacional da Emprotur e Bethise Cabral, subgerente de promoção internacional da Emprotur, além de Janaína Medeiros, diretora executiva do Geoparque Seridó. 

 Fonte - Assecom/Governo do Estado

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Reconhecimento da Unesco é avaliado a cada quatro anos

Jefferson Bernardino – Agecom/UFRN

A partir do momento em que o Geoparque for reconhecido pela Unesco, várias ações complementadas dentro do território terão de ser realizadas e ampliadas. Um geoparque reconhecido pela Unesco passa por avaliações a cada quatro anos. É necessário que se tenha um plano de gestão com ações pré-definidas para nortear os trabalhos administrativos nos próximos quatro anos em função das revalidações. 

A intenção é que o Geoparque apresente sempre novidades, que nascem a partir de sugestões com durabilidade de mais de um ano, por exemplo, para que se possa estar sempre promovendo desenvolvimento e mostrando quão dinâmico o Geoparque é. Já há vários projetos planejados para 2022, com perspectivas de continuidade e outras implantações para 2023. 

“Com a aprovação de uma entidade de relevância mundial, que é a Unesco, a gente com certeza vai ter várias oportunidades que a gente não tem hoje. A gente trabalha em rede e essa perspectiva é de suma importância para que possamos dar mais visibilidade ao território do Seridó. E aí, com isso, a gente vai poder fazer com que essa geologia potiguar, que já tem relevância internacional, seja reconhecida mais ainda no âmbito mundial”, finaliza Marcos

Geoparque Seridó também envolve projetos de educação, conservação e turismo

Túneis da Mina Brejuí, em Currais Novos (Foto: Geoparque/UFRN)


Jefferson Bernardino – Agecom/UFRN

Todas as ações realizadas dentro do território que levam o nome de Geoparque envolvem educação, conservação e turismo. Um exemplo é o Projeto Cinco Sentidos, coordenado pela diretora executiva do consórcio, Janaína Medeiros, no qual são abordados conhecimentos sobre o meio ambiente e aspectos culturais do Seridó. 

Alunos de todas as faixas etárias são contemplados, abrangendo o programa não só o ensino fundamental I e II, mas também o ensino médio e discentes do ensino superior.  

“A gente leva uma interpretação, por exemplo, das paisagens que há no Seridó em uma linguagem mais acessível e fácil, e aí eles conseguem entender e conhecer aquilo que circunda a vida deles no cotidiano. Então esse projeto tem essa perspectiva de popularizar conhecimentos científicos”, conta Marcos Nascimento.

O pesquisador disse ainda que o projeto vem trabalhando com a confecção de livretos educacionais para o ensino fundamental I e II e o ensino médio, mapas mentais explicando os conceitos de geodiversidade, geopatrimônio, e o mapa geoturistico do Geoparque Seridó, além de inúmeros outros materiais, incluindo a criação dos mascotes do Geoparque, que envolve a bio e a geodiversidade e aspectos culturais, inclusive na forma de história em quadrinho e jogos educativos. 

“São materiais produzidos pelo geoparque que viabilizam a questão educacional. Com a aprovação da Unesco, isso vai trazer um impacto muito maior porque a gente vai poder trazer isso não só para a população local, como também para outras que estão envolvidas com a temática de geoparques no mundo. Eles vão ver o que a gente produz aqui no Seridó e usar como exemplo em outros países, haja vista o que já é sucesso aqui. E hoje, mesmo tendo a chancela da Unesco, a gente já tem essa visibilidade e reconhecimento como um geoparque que promove diferentes ações e favorece a comunidade em geral, especialmente as locais”, reforçou Marcos.

Segundo o professor, mesmo durante a pandemia foi possível produzir muito material didático que vai favorecer e ampliar ações do território em termos de educação e de turismo. Esses materiais estão disponíveis no site do Geoparque Aspirante Seridó e conseguem atingir muitas pessoas que, mesmo estando em casa, tiveram acesso aos livros de atividades. 

Nós também lançamos o livro Geoparque Seridó: geodiversidade e patrimônio geológico no interior potiguar. Realizamos alguns outros projetos paralelos, como as lives Em casa com o Geoparque Seridó, em que a gente produziu mais de 50 lives conversando com os diferentes atores do território (pessoal da iniciativa privada, gestores públicos, guias, condutores, artesãos e outros) sobre conservação, educação e o turismo no território”.

Ações no Geoparque Seridó já alcançam uma década

Pinturas rupestres e áreas de povos originários compõem o patrimônio imaterial do parque (Foto: Cícero Oliveira)

Jefferson Bernardino – Agecom/UFRN

Todo o trabalho que envolve o Geoparque Aspirante Seridó vem sendo realizado desde meados de 2010, quando, em parceria com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), do Ministério de Minas e Energia (MME), e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), foi promovida a primeira fase do projeto: o inventário do patrimônio geológico. Desde então, ficou a cargo da UFRN a realização de diversas outras ações. 

“A UFRN é uma condutora dessas ações e a gente aqui, do Departamento de Geologia, vem promovendo vários projetos de pesquisa e de extensão que possibilitam a ampliação desse conhecimento junto à população no território. No entanto, a gente não trabalha isolado. A gente tem parceiros institucionais como a UFRN não só aqui em Natal, mas nos campus de Currais novos, com o pessoal da área de turismo, e em Caicó, com os colegas da área de geografia”, ressalta Marcos. 

Entre as ações desenvolvidas, Marcos cita o Geoeducação no Geoparque Seridó em jogos, materiais e atividades lúdicas; Interiorização do Ensino e Divulgação das Geociências por meio do Geoturismo no Geoparque Seridó; Seminário Geoparque Seridó: conservação, educação e turismo; 2º Seminário Geoparque Seridó: Geodiversidade, Geoconservação e Geoturismo; Educação Patrimonial em Meio Natural em Municípios do Geoparque Seridó (Região Seridó, RN); e Roteiros do Seridó: Análise do Potencial Turístico do Seridó Potiguar.

Para o reitor da UFRN, José Daniel Diniz Melo, a missão de reconhecimento é uma grande oportunidade para demonstrar a excelência e o protagonismo da UFRN em ações de preservação ambiental e do patrimônio potiguar, além do científico, como o Geoparque Seridó, destacando o seu potencial e contribuição para o Rio Grande do Norte. “A conquista almejada para o Geoparque Seridó representa um importante potencial de desenvolvimento socioeconômico para a região. Tal consequência coloca em prática a missão institucional da UFRN, parceira e condutora das ações desse relevante projeto”, declara o reitor. 

O Geoparque Aspirante Seridó também mantém parceria com o Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do RN (IFRN) em Natal, Parelhas e Currais Novos; com professores e alunos da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN); e com o próprio CPRM. Essas instituições compõem o comitê científico, dirigido pelo professor Marcos Nascimento. “São projetos de extensão que promovem ações que dão notoriedade ao território seridoense e o enriquecem em termos de informações de cunho científico, com foco na popularização desse conhecimento para a comunidade”, completa.

Importância da mineração para reconhecimento do Geoparque Seridó

Avaliadores durante visita a moradora da região do Geoparque (Foto: Geoparque/UFRN)

Jefferson Bernardino – Agecom/UFRN

Para um geoparque ter importância e ser reconhecido pela Unesco, ele precisa ter um patrimônio geológico de valor internacional, o que é identificado e encontrado no Seridó. O melhor exemplo são as rochas que contêm o mineral, muito importante, chamado scheelita, do qual é extraído o tungstênio, metal amplamente utilizado pela indústria. Essas rochas ocorrem em abundância no Seridó, mas não ocorrem de maneira muito comum no restante do território brasileiro ou na América do Sul. 

Trata-se de uma área geográfica única na qual esse patrimônio geológico demonstra o seu potencial na mineração e geologia internacionais. O principal destaque na exploração é a Mina Brejuí, na qual a scheelita é explorada desde a década de 1940. A importância histórica dessa mina e da exploração mineral na região é contada por meio das galerias subterrâneas destinadas à visitação pública, além do museu que conta a história da mineração. 

Destacam-se ainda as inúmeras serras que esculpem a paisagem da região do Seridó. Serras que têm rochas que são usadas como telas para as pinturas e gravuras rupestres, locais nos quais existem habitats de inúmeras espécies animais e vegetais ligadas à Caatinga. Marcos Nascimento destaca que tudo isso é de grande importância para a valorização da região e para o seu desenvolvimento sustentável.

Todas as ações desenvolvidas dentro do território do Geoparque são de suma importância para a cultura, para a ciência, para a pesquisa e para a proteção ambiental. O setor do turismo é muito engajado dentro do território, promovendo desenvolvimento dentro de uma perspectiva de economia local. Com a aprovação da Unesco, haverá maior valorização do Geoparque, o que amplia sua visibilidade e tende a fortalecer o turismo na região do interior do Rio Grande do Norte com atividades de ecoturismo e aventura, tão concentradas na faixa litorânea. 

Marcos afirma que, como o grupo trabalha de maneira ampla, abordando todas essas oportunidades, isso atrairá maior visibilidade para as geociências. “Nosso patrimônio geológico, que tem valor internacional, será não só reconhecido, mas visto por todo mundo porque agora a gente pode, com a aprovação, integrar-se a uma Rede de Geoparques Mundiais na qual hoje consta 169 geoparques em 44 países. Então isso vai ser uma vitrine para todos aprenderem e conhecerem esse patrimônio geológico que nós temos”, disse.

O professor acrescenta que, com a chancela da Unesco e com a aprovação junto ao Programa Internacional de Geociências e Geoparques, integrando à Rede de Geoparques Mundiais, as possibilidades de ampliar os investimentos no território são enormes, já que o Geoparque terá mais oportunidades para firmar parcerias e ações de cooperação com outros geoparques no mundo. “Concorrer a editais, inclusive internacionais, receber convites para participar de projetos e ter, consequentemente, a possibilidade de novos investimentos no território para favorecer trabalhos junto à conservação, a educação e o turismo”, diz Marcos Nascimento.

Geoparque Seridó recebe missão da ONU pra ter reconhecimento mundial

Avaliadores Artur Sá e Helga Chulepin durante visita de campo ao Geoparque (Foto: Geoparque/UFRN)


O caminho das pedras

Jefferson Bernardino – Agecom/UFRN

Uma região geológica potiguar está prestes a dar mais um importante passo e ganhar o mundo.  O Geoparque Aspirante Seridó recebe até a sexta-feira (26) uma missão da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) encarregada de avaliá-lo de maneira técnica, tendo em vista a chancela e o reconhecimento do órgão, o que colocaria o Seridó dentro da Rede de Geoparques Mundiais. Seria o primeiro reconhecimento em 15 anos de um geoparque em território brasileiro. O último foi o Geopark Araripe, no sul do estado do Ceará. 

O Geoparque Aspirante Seridó é gerido por um consórcio intermunicipal constituído por seis municípios que o integram: Acari, Carnaúba dos Dantas, Cerro Corá, Currais Novos, Lagoa Nova e Parelhas. Esse consórcio tem um comitê técnico que operacionaliza todas as atividades, constituído por uma diretora executiva, um assessor jurídico e contábil, um coordenador científico e um diretor de divulgação e marketing. Somado a eles, cada um desses municípios tem um representante. 

A equipe do Geoparque organizou um roteiro para viabilizar a visita dos avaliadores da Unesco — Artur Sá (Portugal) e Helga Chulepin (Uruguai) —, fazendo com que compreendam melhor como estão sendo trabalhadas as diferentes ações que promovem o desenvolvimento territorial de forma sustentável. Um técnico do Ministério do Turismo também acompanha a missão. 

Com duração de três dias, a missão realiza visitas a geossítios, demonstração da biodiversidade a partir da fauna e flora da Caatinga (bioma exclusivamente brasileiro) e demonstrações culturais que vão dos registros rupestres milenares à cultura popular da região e as tradições dos povos locais, como os vaqueiros e as populações quilombolas. Eles também vão provar a gastronomia exclusiva do Seridó. Além disso, serão realizadas reuniões para abordar aspectos mais ligados à gestão do Geoparque.

O Geoparque Aspirante Seridó vem passando pelo processo de avaliação desde o final de 2019, quando a candidatura ao Programa Internacional de Geociências e Geoparques da Unesco foi submetida. “As nossas expectativas são as melhores possíveis porque a gente já vem trabalhando nas premissas de um geoparque mundial da Unesco que trabalha especificamente a educação, a conservação e o desenvolvimento sustentável”, afirma Marcos Antonio Leite do Nascimento, professor do Departamento de Geologia da UFRN e coordenador científico do Geoparque Seridó.

Segundo ele, na visita será mostrado aos avaliadores o quanto essas ações já estão promovendo o desenvolvimento e favorecendo a população local. “A gente acredita que está fazendo o dever de casa, só que agora a gente tem essa avaliação da Unesco para comprovar não só in loco o que a gente já vem trabalhando nesses últimos anos, mas também para confirmar tudo aquilo que a gente colocou no dossiê de candidatura, quando ocorreu a submissão”, completa Marcos.

Na semana passada, a missão ganhou o apoio do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, por meio da Empresa Potiguar de Promoção Turística (Emprotur). Após a missão, os avaliadores irão elaborar um relatório técnico. A expectativa é de que o resultado seja anunciado e oficializado até abril de 2022.