Avaliadores durante visita a moradora da região do Geoparque (Foto: Geoparque/UFRN)
Jefferson Bernardino – Agecom/UFRN
Para um geoparque ter importância e ser reconhecido pela Unesco, ele precisa ter um patrimônio geológico de valor internacional, o que é identificado e encontrado no Seridó. O melhor exemplo são as rochas que contêm o mineral, muito importante, chamado scheelita, do qual é extraído o tungstênio, metal amplamente utilizado pela indústria. Essas rochas ocorrem em abundância no Seridó, mas não ocorrem de maneira muito comum no restante do território brasileiro ou na América do Sul.
Trata-se de uma área geográfica única na qual esse patrimônio geológico demonstra o seu potencial na mineração e geologia internacionais. O principal destaque na exploração é a Mina Brejuí, na qual a scheelita é explorada desde a década de 1940. A importância histórica dessa mina e da exploração mineral na região é contada por meio das galerias subterrâneas destinadas à visitação pública, além do museu que conta a história da mineração.
Destacam-se ainda as inúmeras serras que esculpem a paisagem da região do Seridó. Serras que têm rochas que são usadas como telas para as pinturas e gravuras rupestres, locais nos quais existem habitats de inúmeras espécies animais e vegetais ligadas à Caatinga. Marcos Nascimento destaca que tudo isso é de grande importância para a valorização da região e para o seu desenvolvimento sustentável.
Todas as ações desenvolvidas dentro do território do Geoparque são de suma importância para a cultura, para a ciência, para a pesquisa e para a proteção ambiental. O setor do turismo é muito engajado dentro do território, promovendo desenvolvimento dentro de uma perspectiva de economia local. Com a aprovação da Unesco, haverá maior valorização do Geoparque, o que amplia sua visibilidade e tende a fortalecer o turismo na região do interior do Rio Grande do Norte com atividades de ecoturismo e aventura, tão concentradas na faixa litorânea.
Marcos afirma que, como o grupo trabalha de maneira ampla, abordando todas essas oportunidades, isso atrairá maior visibilidade para as geociências. “Nosso patrimônio geológico, que tem valor internacional, será não só reconhecido, mas visto por todo mundo porque agora a gente pode, com a aprovação, integrar-se a uma Rede de Geoparques Mundiais na qual hoje consta 169 geoparques em 44 países. Então isso vai ser uma vitrine para todos aprenderem e conhecerem esse patrimônio geológico que nós temos”, disse.
O professor acrescenta que, com a chancela da Unesco e com a aprovação junto ao Programa Internacional de Geociências e Geoparques, integrando à Rede de Geoparques Mundiais, as possibilidades de ampliar os investimentos no território são enormes, já que o Geoparque terá mais oportunidades para firmar parcerias e ações de cooperação com outros geoparques no mundo. “Concorrer a editais, inclusive internacionais, receber convites para participar de projetos e ter, consequentemente, a possibilidade de novos investimentos no território para favorecer trabalhos junto à conservação, a educação e o turismo”, diz Marcos Nascimento.
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