segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Servulo Pereira na imprensa da capital potiguar (III)

O surgimento da primeira cooperativa agropecuária
José Vanilson Julião
Jornalista
Na quarta página do diário vespertino católico A Ordem (sexta-feira, 30/4/1939) uma das notícias em destaque é a fundação da primeira cooperativa agropecuária de Cerro Corá, então distrito de Currais Novos.
A notícia é repetida na primeira página da edição da quarta-feira, 3/5, dia da fundação oficial, com detalhes dois dias depois como manchete secundária de capa, revelando o merecido destaque da iniciativa do empreendedorismo local.
A solenidade acontece no final da tarde. Numa escolar rudimentar. São eleitos por aclamação para o conselho administrativo: Sérvulo Pereira (presidente), João Soares do Nascimento (vice), Álvaro Fragoso de Albuquerque (gerente) e João Abner Guimarães (secretário).
Conselho fiscal: Franco e Manoel Soares do Nascimento e Miguel Olímpio (efetivos), Sebastião Batista de Morais, João Plácido de Lira (Joca Paz) e João Soares de Lemos (suplentes).
Na época o RN tinha 42 municípios (não 28 como foi dito anteriormente). Das cinco últimas cooperativas criadas a de Cerro Corá fora a que alcançou maior capital. Do mínimo de cinco contos de reis – a moeda vigente até a implantação do cruzeiro em 1942 – foram subscritas cotas de 11:120$00 e integralizadas imediatamente 6:080$000.
De jóia foram recolhidas 200$000. Por antecipação o menino Francisco Henrique Gomes, filho de Adolfo Henrique Gomes, proprietário de “Catolé”, fez logo depósito de 1:000$000
Interventor Rafael Fernandes prestigiou fundação de cooperativa cerrocoraense no fim da década de 30
Na ocasião o interventor federal Rafael Fernandes Gurjão anuncia investimentos. Dois contos no auxílio para instalação e empréstimo de dez contos sem juros e prazo de cinco anos com o fim de re-empresto aos associados com juro de seis por cento ao ano.
Os cooperativados, diz o noticiário, já organizara uma sede “decente e vistosa com artística placa na fachada”, tendo interiormente os móveis necessários ao funcionamento, inclusive cofres, balcão e secretaria.
O jornalista Eloy de Souza, do diário A República (imprensa oficial) discursa e homenageia a memória de Heraclito Vilar, pioneiro do cooperativismo no Rio Grande do Norte.
Presenças de Aldo Fernandes (secretário geral do Estado), Dioclécio Duarte (diretor do Departamento de Agricultura e presidente da Comissão ao Cooperativismo), Ribeiro Carvalho (inspetor do Serviço de Fomento Animal), Francisco Coutinho (inspetor agrícola federal), capitão José Bezerra (ajudante de ordens) e Miguel Ferreira Neto (gerente da Caixa Rural) e Oscar Siqueira (chefe de Polícia).
Mais os professores Ulisses de Góis e Otto de Brito Guerra – além de Francisco Veras Bezerra. O trio envolvido com o cooperativismo e a Caixa Rural e Operária de Natal, também faz parte da direção e da redação da imprensa ligado a Igreja.
Ainda Asclepíades Fernandes (prefeito de Santana dos Matos, José Bezerra de Araújo (prefeito de Currais Novos), agropecuarista e comerciante Othon Osório e Aproniano Pereira.

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