Lagoanovense Cícera Batista relata sequestro dos filhos ao defensor público José Wilde Matoso |
No sábado, durante o evento, Cícera procurou o atendimento da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte (DPE-RN) e relatou o drama vivenciado por ela. Ciente da situação, a instituição já deu os primeiros passos para tentar ajudar a dona de casa a recuperar os filhos. A primeira medida adotada será o envio de um ofício ao Ministério das Relações Exteriores.
“Vamos oficiar o Ministério para que eles possam entrar em contato com a Embaixada do Marrocos. A primeira coisa que precisamos fazer é localizar as crianças saber é em qual situação elas se encontram naquele país. Pelos relatos da assistida, um dos filhos não foi registrado em nome do pai, o que já tornaria sua permanência com os avós paternos, sem o consentimento da mãe, algo ilegal”, explicou o defensor José Wilde Matoso, que está à frente do caso.
De acordo com José Wilde, que acompanhou o relato da dona de casa e que está atuando no caso, Cícera, que é natural do município de Lagoa Nova, no interior do Rio Grande do Norte, foi casada com um marroquino, que residia em Natal. Desta união, nasceram os dois filhos que hoje, supostamente, se encontram no Marrocos.
O drama de Cícera Batista começou em 2002, quando o marido foi assassinado. Neste momento, a família de seu companheiro pediu à dona de casa que levasse o corpo do marroquino para que o sepultamento fosse realizado no Marrocos, onde seus pais viviam. “Ela preparou o passaporte dela e das crianças e viajou para levar o corpo do marido”, comentou o defensor.
No Marrocos, Cícera ficou um vivendo com a família do marido. Depois deste período, foi mandada para a Espanha, já sem os filhos do casal. “Ela relatou que os pais do esposo mandaram ela para aquele país afirmando que ela receberia auxílio de parentes do esposo. Mas, o que ela nos relatou é que ao chegar à Espanha, não teve o apoio de ninguém e passou a viver como moradora de rua”, destacou José Wilde.
Após alguns anos vivendo na Espanha, Cícera conseguiu juntar dinheiro para voltar ao Brasil, onde começou sua jornada para tentar reencontrar os filhos, que na época da viagem para o Marrocos tinham menos de dois anos de idade. Segundo seu relato, a dona de casa chegou a procurar várias instituições públicas, inclusive a Polícia Federal, mas teria sido informada que não havia nada a fazer quanto ao caso.
Segundo o defensor José Wilde, agora é preciso aguardar a resposta do Ministério das Relações Exteriores. “Precisamos aguardar um posicionamento deles para só então pensarmos no caminho a seguir. Até agora, a situação não está muito clara. É preciso ter cautela para que a gente possa agir corretamente e solucionar o caso da melhor forma”, finalizou.
Reprodução de texto da Ascom/DPE
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