terça-feira, 14 de janeiro de 2014

A exclusividade, o ineditismo e o furo de reportagem

Por José Vanilson Julião*

O Globo, Jornal do Brasil e O Dia. Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo. O Estado de Minas. Correio Brasiliense. Diário de Natal. Rádios Cabugi, Nordeste e Poti. TV Tupi e Rede Globo. E nossa Televisão Universitário, o canal cinco.

Houve o tempo em que para se ficar atualizado com as notícias nacionais e locais era necessário correr as bancas dos jornais. Ou ouvir as ondas sonoras e ficar de olho na telinha, primeiro em preto e branco, depois em cores.

A partir desses veículos de informação podia-se ficar sabendo das notícias em todas as áreas: política, economia, cultura, esporte, polícia ou geral (cidade ou cotidiano). Para ficar nas tradicionais editorias em que são divididas as reportagens.

Durante essa época, pelo menos até o começo dos anos 90 do século XX, tinha-se mais ou menos delineada a fronteira da notícia exclusiva e inédita, o chamado “furo”, no jargão do jornalismo. E se poderia saber, quase sem medo de errar, de onde partiu.

Hoje, com a internet, a informação está muito mais difusa. Qualquer informação, de maior ou menor importância, é imediatamente retransmitida e divulgada, inclusive com acréscimos, num verdadeiro boca a boca eletrônico.

Porquê o comentário? Respondo: um amigo disse que o blog de Thaisa Galvão foi o primeiro a relatar a confusão entre o desembargador e um microempresário em uma padaria na capital potiguar. Fiquei em dúvida quanto à veracidade da informação do interlocutor.

De qualquer maneira o caso repercutiu de tal forma que fica difícil se dizer qual site, portal ou blog informou primeiro, dado o tamanho número de blogueiros e afins, que dá até preguiça você acessar todos ou os principais.

De forma que na rede mundial de computadores vai predominar a seleção natural da informação, ganhando o emissor mais preciso e com maior credibilidade. Configurando que, nem sempre, o de maior acesso indica que houve responsabilidade na veiculação da informação ou da notícia.

Se a difusão de uma informação – uma frase, um pequeno texto de cinco linhas ou um comentário de 40 linhas – é importante, o que torna chato é você verificar uma mesma informação em vários blogs, já tendo lido o assunto em algum. É o que se chama de faca de dois gumes.

Foi o que aconteceu com o posicionamento do magistrado Ivan Lira de Carvalho sobre a morte do ex-deputado e professor João Faustino Ferreira Neto.

Outro assunto chato em blogs. São as disposições e o abuso no uso de fotografias. Diferentemente do jornalismo impresso, na internet não existem critérios estéticos e de qualidade. Pelo menos em um primeiro momento.

Vejo que os blogueiros repetem fotos sobre um mesmo assunto ou tema. Repetindo posições e personagens. Fica difícil o leitor continuar no blog para ver os posts anteriores, tal a quantidade de imagens postadas sequencialmente, sem qualquer necessidade. A não ser a da bajulação. Exemplo: ás fotografias dos políticos na Festa de Santos Reis. 

No jornalismo impresso o lay out, a forma e a técnica, mesmo com mais espaço, tem suas regras. O que não ocorre com tanta clareza nos chamados blogs noticiosos da internet.

*José Vanilson Julião é jornalista free lancer, tem passagems por Tribuna do Norte, Diário de Natal, Jornal de Natal, Grande Natal e Rádio Nordeste. É editor do periódico "A Esperança".




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