quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Mais uma poesia de "Zé Saldanha"

                            Sertão, gado e mulher


Piató é minha terra
E Bodó meu quarteirão,
Cêrro Corá meu domínio,
Currais Novos meu sertão
O Seridó me admira
Rio Grande é meu torrão
  
Caicó pra criar gado
Florânia, mulher bonita
Acari pra tradição
Currais Novos pra chelita.

Piauí pra criar gado
Pajeú pra valentão
Cariri pra rapadura
Seridó pra algodão.

Lampião com medo d’eu
Nunca foi ao Seridó
Soube de minhas façanhas
De cabra do Piató
Indo atacar escondido
As terras de Mossoró.

Lampião com medo d'eu
Nunca visitou Natal                      
Sabia de minha fama
Me tinha como rival
Foi atacar Mossoró
Bem longe da capital.

Lampião muito medroso
Limitou sua campanha
Foi pra região Oeste
Mas não fez grande façanha
Correu nos primeiros tiros
Com medo de Saldanha.
                                                                                                          
Lampião com medo d'eu
Nunca foi ao Seridó
em falar em meu nome
Tremia de fazer dó
Corria léguas com medo
D’eu lhe arrochar o gogó.

Lampião com medo d’eu
Nunca mais quis andar só
Andava com cabroeira
Cons cabras no mocotó
Ele atacou o Oeste
Nunca veio ao Seridó.

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