Por Ionas Araújo*
Atualmente a insensibilidade do Governo Federal de não por
fim a velha política da indústria da seca na Região do Nordeste é profundamente
lamentável e inconcebível. O Governo Federal não tem tratado o problema da seca
com a importância e a atenção devida, pois a mesma tem contribuído novamente para
o êxodo rural, já que tem proporcionado inúmeros e insustentáveis prejuízos ao
homem do campo, que vive da agricultura e da pecuária para sua subsistência e
da família.
Na verdade, O Governo Federal insiste em combater (quando
combate) o problema da seca, meramente com ações paliativas e emergências (que
sempre demoram a chegar até o homem do campo), que não deixam de serem importantes
e fundamentais no primeiro momento, mas infelizmente, logo a seguir o Governo
fecha os olhos, a boca e tapa os ouvidos, ao não tomar as medidas estruturais imprescindíveis,
para evitar que este fenômeno da natureza não deixe o nordestino largado a
própria “sorte”, isto é, sem ter o que colher para comer e comercializar,
ameaçado de ficar sem ter o que beber e ter que desesperadamente desfazer do
seu gado ou outra criação (que por sua vez também fica sem ter o que comer e
beber) e até às vezes da sua terra ou residência em busca do que viver na
cidade urbana.
Creio que a seca não é um problema sem solução ou que não falta
dinheiro para solucionar, como muitos mentecaptos querem fazer parecer. Temos
que cobrar mais do Governo Federal, principalmente, os senadores e deputados
federais do Nordeste, para que o mesmo dê mais atenção aos danos e as sequelas ocasionadas
pelos efeitos da estiagem e sentidas na pele pelo nordestino.
Vejamos, a União tem dinheiro para tudo: Copa do Mundo, Olimpíadas,
empréstimo ao FMI, trem bala, um pacote de investimento de R$ 7,3 bilhões para
reformar os aeroportos regionais de 270 pequenas e médias cidades brasileiras etc.
Então, pode-se concluir que se tem dinheiro para acabar com a seca no Nordeste.
A solução para o homem do campo não ficar a mercê da previsão do tempo é o
Governo não só ter a iniciativa, mas priorizar investimentos em obras estruturais
e permanentes de irrigação, principalmente com a construção de novas adutoras
para a região do Nordeste, vez que tais medidas consequentemente, fixarão por
si só o homem a terra, evitarão o êxodo rural e protegerão definitivamente o
nordestino dos transtornos ocasionados pela seca.
*Ionas Araújo, advogado, ex-prefeito de Serra de São Bento e ex-deputado
estadual do Rio Grande do Norte.
Um comentário:
Bom argumento descrito pelo autor da postagem. Parabéns ao Blog Cerro Corá News
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