sexta-feira, 10 de abril de 2020

Sesap descarta morte por Coronavirus em Cerro Corá

A Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) descartou, no boletim epidemiológico deste sábado (11), a morte de um homem como caso suspeito por contaminação por coronavirus. Agora são oito o número de casos sob investigação em Cerro Corá em virtude do Covid-19.

A importância econômica da estrada entre Cerro Corá e Santana do Matos

Por José Vanilson Julião


José Augusto de Medeiros 
Com rodovias estaduais e municipais asfaltadas hoje é uma comodidade o motorista trafegar entre os municípios de Cerro Corá e Santana dos Matos, mesmo se usando trajetos mais longos, porque o asfaltamento do trecho mais curto de 45 quilômetros, a partir de Bodó, ainda é um sonho  muito distante para quem trafega entre as duas cidades, que têm ligações históricas e afetivas entre parcelas dos moradores, a negócios ou até mesmo para visitas a amigos e parentes.


Entretanto, há 70 anos a dificuldade que imperava nas veredas de terra batida era maior que os dias atuais. Na virada de 1950/51 o sertanejo vivencia mais um período de seca. A estiagem faz o trabalhador rural procurar trabalho nas sedes municipais.

Ai é que entra em cena uma das personalidades política de então. O jornal diário “Tribuna do Norte” (11/5/1952) publica uma extensa nota com telegramas recebidos pelo ex-governador e deputado federal José Augustos Bezerra de Medeiros (Caicó, 22/9/1884 – 18/5/1971).

Dix-Sept Rosado Maia
São comunicados sobre os municípios de Jucurutu, Santana dos Matos e Augusto Severo, atual Campo Grande. Em Santana o parlamentar encontra 400 homens em busca de serviço. José Augusto mantém entendimento pessoal com o governador Dix-Sept Rosado Maia (Mossoró, 25/3/1911 – Aracaju, 12/7/1951).

Além disso, revela o apoio do Governo federal para o início da construção da estrada entre o distrito de Cerro Corá – ainda não emancipado de Currais Novos – e Santana, passando pelo então distrito do Bodó, neste município, que  tinha grande importância econômica para o Rio Grande do Norte à época pelo potencial xilitifero por causa da "Guerra Fria".

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Filho do saudoso "Neneco" relata assalto sofrido em Natal

Daniel Silveira 
Filho do saudoso "Neneco", Daniel Silveira relatou em sua página no Facebook, que foi vítima de assalto em Natal e agradeceu por não ter passado por uma situação pior: "Quero agradecer, primeiramente, a Deus pela minha vida no dia de hoje, quando fui vítima de um assalto, em que levaram minha moto e meus documentos e uma certa quantia em dinheiro".

"Graças ao meu bom Deus não fizeram nada comigo, depois agradecer a cada um vocês,  que de uma certa forma me ajudaram com orações, e Deus atendeu, minha moto foi recuperada pra que possamos honrar sempre ele nosso Senhor Jesus Cristo", completou Silveira.

terça-feira, 7 de abril de 2020

Bodó entrega peixe da Semana Santa

Já circula nas redes que a prefeitura de Bodó fará a distribuição de pescado para a Semana Santa, mantendo a doação às famílias de baixa renda dentro da tradição de não se comer peixe na quinta e sexta-feira da Paixão.

Ao invés de distribuir o peixe em um só local e para evitar aglomeração das pessoas por causa da pandemia de coronavirus, o prefeito Marcelo Porto elaborou a estratégia de entregar o alimento na residência dos próprios beneficiários .

Primórdios do futebol cerrocoraense VII


A composição da pioneira liga municipal de futebol


José Vanilson Julião


O Cerro Corá Futebol Clube não participa diretamente da fundação da primeira entidade legal dedicada ao esporte em Currais Novos, porém é o convidado especial para compor o número de cinco equipes que participam do inédito campeonato municipal.
Desembargador Tomaz Salustino
A liga é fundada em 16 de março de 1949. Fundadores os times Seridó, Potiguar, Brejuí e São Francisco. Conforme reportagem do correspondente Wladimir Limeira para o “Diário de Natal” (quarta-feira, 24/3), que seria eleito vereador no começo dos anos 50, época em que participa do jornal “A Voz do Seridó”, ao lado de Gumercindo Saraiva e Oscar Pinheiro.
Aproniano Pereira
Diretoria de honra: desembargador Tomaz Salustino Gomes de Melo (minerador de xilita, mineral do elemento tungstênio), industrial João Alencar (dono da mina de ouro) e o comerciante e o "coronel" Aproniano Pereira.
Diretoria efetiva: Wladimir Limeira (presidente), Radir Pereira de Araújo (vice), Osvaldo Medeiros (1º secretário), Francisco Xavier (2º secretário), Celso Luiz (tesoureiro), Joanilo de Paula Rego (orador) e José Bezerra de Araújo (diretor de esportes).

Primórdios do futebol cerrocoraense VI

A preparação das equipes para o torneio início do Municipal

Dico Gavião é o segundo agachado (e) vestindo a camisa do natalense América Futebol Clube

Por José Vanilson Julião
 
Depois da série de amistosos e fundação da liga municipal curraisnovense os cinco clubes preparam o elenco e buscam reforços entre os clubes da capital potiguar, que vão se somar aos atletas locais.

O São Francisco – uma alusão a mina de ouro do mesmo nome – contrata Piloto, Cenema, Patrocínio (da seleção curraisnovense), o zagueiro Gazeta (ex-Atlético de Natal) e Zé Moura, que também atuara pelo América, Santa Cruz e Juventus, todos da capital. Além de cogitar Raimundo Gomes Soares, o “Dico”, apelidado de “Gavião”, defensor com passagens pelo alvirrubro natalense e ABC, mais Joca Sapo, ex-Santa Cruz, o tricolor.

Já o Brejuí – “com numeroso quadro social” -, vinculado a mina homônima, contrata o “colored” Doca e se interessa pelo arqueiro Gordo (do tricolor), o zagueiro abecedista Gonzaga e o atacante Ubarana, “player” com atuações no América e Santa Cruz.

Os diretores do Cerro Corá Futebol Clube silenciam, porém o arqueiro e treinador Edgar Pinheiro Câmara (campeão anos antes com o ABC) sonda vários “elementos”, entre eles o zagueiro Gageiro, outro do elenco alvinegro. Além do atacante Nivaldo.

O Seridó e o Potiguar, exceto a prata da casa – não são alvos das especulações e testemunho ocular e presencial do correspondente, com o privilégio de fazer parte da diretoria da liga.

segunda-feira, 6 de abril de 2020

A figura simples de Zé Canuto

Por Valdir Julião 

Simples, carismático, sorridente, alegre e sempre bem disposto à boa conversa. Assim era "Zé Canuto", atrás do balcão que fazia questão de manter limpo no "boteco"  e que ele administrava há, praticamente, cinco décadas na rua Bevenuto Pereira.

Zé Canuto era um bom contador de estórias, clientes diversos, mas além disso, o que atraía os mais jovens, até hoje, era "a cerveja mais gelada" de Cerro Corá.

Pouco lembro às vezes que fui ao bar de Zé Canuto, mas recordo um dia especial, que entrou pra história como aquelas hilárias de mesa de bar e pé de balcão, isso porque o melhor em Zé Canuto era beber em pé, ouvindo suas conversas ou atento às conversas dos "bebuns".

Dezembro é o mês que sempre tiro férias da labuta diária. Numa dessas férias, há uns dez anos - quem pode confirmar o ano com precisão é Wellington Bezerra Júnior, com quem encontrei numa noite de sexta-feira no Bar do Ivonez. Depois de muita conversa e assuntos variados, a gente resolveu virar a noite, o que convencionamos de "dar uma redonda", ou seja, anoitecer e amanhecer na farra, na calçada de Vânia, mãe de "Juca".

Insatisfeitos e metidos a boêmios, a última opção e o único botequim a abrir logo cedo era o de Zé Canuto. Lá fomos nós, bem recebidos, papo vai, papo vem e Zé no meio. Tiragosto já não tinha mais. Ao se aproximar do meio-dia, Juca pediu a Zé Canuto pra trazer uma feijoada "em lata" do mercadinho de Geomagno Bezerra, quase em frente ao bar dele, onde funcionou o antigo "clube velho".

Zé Canuto não se fez de rogado, atravessou a rua Bevenuto Pereira e  trouxe a feijoada em conserva. Levou lá atrás, na cozinha, pra dar uma fervura. Mas haja demora, que levou Juca a ver o motivo: descobriu que Zé Canuto, já com "a vista" um pouco cansada, enganou -se com o rótulo e ao invés de feijão enlatado, tinha posto na frigideira ameixa preta.

Assim era Zé Canuto,  de quem Juca se despediu no Facebook, ao receber a notícia de seu falecimento no grupo "Fotos antigas de Cerro Corá", alimentado por Rodivan Barros, da seguinte forma:

"É com muito pesar que recebi essa notícia, do falecimento desse meu grande amigo. Descanse em paz "Bicho Véi". Eu e ele só nos chamávamos carinhosamente assim".

Morre Zé Canuto

José Guilherme era comerciante em Cerro Corá 
Faleceu na tarde desta segunda-feira (6) em Cerro Corá,  seu "Zé Canuto", aos 88 anos. Oriundo da serra São João/Arara, zona rural de Cerro Corá, José Guilherme migrou com a família pra cidade no começo dos anos 70, onde montou comércio e bar, na rua Bevenuto Pereira, entre o antigo Cine Canário e o Clube de Mães Santa Zita.

domingo, 5 de abril de 2020

Primórdios do futebol cerrocoraense V

Estádio que abriga jogos do torneio início homenageia religioso

José Vanilson Julião

Pároco dá nome a uma das principais ruas do centro de Cerro Corá. E é o patrono do primeiro campo de futebol de Currais Novos. Paulo Herôncio de Melo (Natal, 3/1/1901 – Currais Novos, 1/9/1963) era filho de Hermógenes e Maria das Mercês, moradores da rua Voluntários da Pátria, na capital potiguar.
Monsenhor Paulo Heroncio (d) ao lado do padre Talvaci Salustino, foi nome do primeiro estádio de futebol em  Currais Novos 
Foi batizado na matriz de Nossa Senhora da Apresentação (27/1/01) pelo padre João Maria Cavalcanti de Brito, de antiga e tradicional família seridoense.
Ingressa no primeiro seminário de Natal em 1912, por intermédio por dom Antonio Santos de Cabral, extinto com a renúncia deste ao bispado.
Aos 13 está no Seminário São Pedro, também fundado por dom Antonio em 1919. Cursa Filosofia em Natal e Fortaleza.
É diácono (29/6/1923). Sacerdote (9/3/1924) por dom José Pereira Alves. Dia 12 celebra a primeira missa.
Torna-se vice-diretor do Colégio Santo Antonio. Em 1 de abril é nomeado vigário coadjuvante (Mossoró), passando a titular (25/26). Auxilia na direção do Ginásio Santa Luzia.
Transferido para a paróquia de Macau – litoral norte ou região salineira – é prefeito (1930/33). Ainda em 1930 dirige o jornal católico “Diário de Natal” (o primeiro), antecessor do vespertino “A Ordem”, que circula entre 1935/52 e com segunda fase nos anos 60.
No mesmo ano é nomeado reitor do Seminário São Pedro. De 33 a 37 está em São José do Mipibu, sede do primeiro congresso eucarístico do Rio Grande do Norte (1936). Pelo sucesso do encontro recebe o título honorífico de cônego do cabido de Aracaju, capital sergipana.
Os primeiros contatos com Currais Novos: em 1922, como seminarista, no novenário da padroeira. Em 1929, em campanha de donativos para o futuro A Ordem, faz conferencia na cidade.
Em 3/7/1937 é nomeado para a paróquia local por dom Marcolino Dantas, bispo de Natal. Organiza o primeiro congresso eucarístico local (27-31/7).
Em comemoração ao evento ergue o monumento ao Cristo Rei, localizado até hoje na principal praça da cidade. A estátua veio da França. Doação do casal Manoel Salustino e Ananília Regina, genitores do desembargador Tomás Salustino Gomes de Melo.
Obras sociais e religiosas: em 1938 inicia a construção da Casa de Nossa Senhora (hoje escola municipal), destinada às crianças de menor condição social. Inaugurada em 28/2/43 tinha como finalidade a reeducação de menores, a assistência religiosa, intelectual e profissional às crianças pobres, tendo como anexo o Centro Regional de Escoteiros.
Em 1943, com a LBA, foi colocada a pedra fundamental da Vila de São Vicente, destinada a atender os pobres, com o Ambulatório Padre João Maria (atual Hospital Regional de Currais Novos) e a Casa de São João, refeitório da Escola de Nossa Senhora, criada nas dependências do Hospital Padre João Maria a secção da Maternidade Ananília Regina.
Em 15/8/48 a Maternidade passou a funcionar em prédio próprio, dia em que recebeu a primeira criança ali nascida.
No início do ano de 1944 iniciou a construção do Instituto Jesus Menino. Após algum tempo, frente às dificuldades de administração, a chefia do Ginásio passou às mãos das Irmãs do Amor Divino.
Em 1959 edifica o Santuário de Nossa Senhora de Fátima, instalando, a 13/5, o Centro Social Nossa Senhora de Fátima, no bairro Paizinho Maria.
1950. Visita Roma, com a irmã Neném Herôncio, assiste à canonização de Santa Maria Goretti, para a qual erigiu capela, a primeira da América Latina dedicado a esta Virgem. No mesmo ano fundou a Escola-Creche de Santa Maria Goretti, com clubes de Mães e de jovens, em prédio anexo.
No jubileu de prata da chegada dele a municipalidade é realizado o Congresso Eucarístico-Mariano (1962).
Escreveu “Os Holandeses no Rio Grande do Norte (1937)... para celebrar o tri-centenário em memória ao martírio do padre André de Soveral, padre Ambrósio Ferro, Matias Moreira e cristãos sacrificados nos engenhos de cana de açúcar Uruaçu (São Gonçalo do Amarante) e Cunhaú (Canguaretama). Além deste publica "Seguindo o Mestre" (1939), livro de meditação.
Atividades: presidente do Tiro de Guerra 315, fundador da União dos Moços Católicos (Macau), presidente da Cooperativa Banco Rural Currais Novos (desde 1953), presidente da Legião Brasileira de Assistência (LBA), sócio do Instituto Histórico e Geográfico do RN e membro da Academia Potiguar de Letras.
Foi sepultado dia seguinte a morte, aos pés do altar de Santana, padroeira da cidade. Aos 62 e 39 de ordenação.
FONTE: “Retoques da História de Currais Novos” – Celestino Alves – Fundação José Augusto/Natal (1985)

Cerro Corá é Lagoa Nova também sustam doação de pescado na Semana Santa

Pra evitar aglomerações,  os prefeitos de Cerro Corá é Lagoa Nova, Graça Oliveira e Luciano Santos, seguindo orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS), decidiram sustar a distribuição tradicional distribuição de pescado durante a Semana Santa, que começou neste Domingo de Ramos (5), também sem a tradicional missa presencial entre os católicos por causa do novo coronavirus.