Por José Vanilson Julião
Dia destes, para passar o tempo, digitei o título acima, no Google, e decidi ver quantos antigos jogadores de futebol eu conseguiria identificar na capa da revista semanal carioca que circulou, entre 1958 e 1969, em todo o território nacional. E ao mesmo tempo fazer algum comentário, de memória, sobre alguns deles.
A publicação foi criada por Anselmo Domingos, que também publicava a famosa Revista do Rádio. Coincidência ou não, apareceu no ano do primeiro título mundial brasileiro e deixou de circular no ano em que o time Canarinho disputou a segunda Eliminatória (depois de 1957), sendo que no ano seguinte a Editora Abril, no vácuo, passou a editar a também semanal Placar.
Meu pai, José Julião Neto, que dá nome ao ginásio de esportes de Cerro Corá, e Arian Félix, colecionavam as revistas e as compravam em Currais Novos, ou em Natal. A primeira edição saiu com Pelé. A segunda com Manoel Francisco dos Santos, o Garrincha, campeões do mundo na Suécia. O Brasil foi o primeiro país a conquistar a Taça Jules Rimet fora de seu continente. Da América do Sul para o sucesso na Europa.
Na primeira capa que visualizei estão os goleiros Cabeção, do Corinthians, e Marcial, do Flamengo. O primeiro foi contemporâneo e reserva de Gilmar dos Santos Neves, no Timão, até este se transferir para o Santos. O segundo começou no Atlético Mineiro e, paralelo, estudava medicina. O ano: 1965. Detalhe: não usam luvas. Cabeção ainda admite joalheiras. Marcial não.
Outra capa exibe, isolado, Jair Ventura Filho, o Jairzinho, o futuro Furacão da Copa, autor de gols em todos os jogos do Mundial do México (1970), terminando com sete, dois deles contra a Tchecoslováquia, na partida de estreia pelas oitavas de finais, ganhando de virada o selecionado Canarinho (4 a 1), em Guadalajara.
A terceira tem Alcindo, o Bugre Xucro, artilheiro do Grêmio de Porto Alegre, capital gaúcha, que viria a ser convocado para os treinamentos da seleção brasileira em 1966, numa lista de 46, da qual escaparam 22. Na mesma está Edu Coimbra, o dez do América do Rio, irmão do futuro astro do Flamengo, Zico, o Artur, irmão do atacante Antunes, campeão carioca pelo Fluminense em 1964.
A quarta retrata Samarone, com a camisa do Tricolor das Laranjeiras. Veio da Portuguesa Santista. Ficou conhecido, posteriormente, como Doutor Samara, por se formar em engenharia. A quinta tem Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, com a camisa azul do Brasil. Ele, o Rei, dispensa comentário. Mais uma: com Carlos Castilho, o arqueiro leiteria (sortudo) do Fluminense, e o zagueiro Pinheiro, um baluarte na zaga.
Outra capa com Mário Jorge Lobo Zagalo, vindo do Flamengo para o Botafogo. Com a Estrela Solitária ganhou títulos como jogador e treinador. Venceu cinco mundiais como atleta, treinador e membro da comissão técnica.
A lista dos jogadores é enorme: Hideraldo Luís Bellini, Barbosa, Paulinho de Almeida, Procópio Cardoso, Joel, Henrique Frade, Gerson de Oliveira Nunes, Bianchini, Nair, o goleiro Félix Miéli Venerando, Célio, Joaquinzinho, Diogo, Hércules Brito Ruas, Luizinho, Olavo, Nelsinho Rosa, Carlinhos, Vavá, Écio, Orlando Peçanha, Saulzinho, Lorico, Murilo, Ditão, Amarildo, Ademar Pantera, Sicupira, Artur e Germano, o irmão de Fio Maravilha.
Por último cito os que tiveram alguma relação com o Rio Grande do Norte. Maranhão, que jogou no Vasco e ABC. Edmilson Piromba, o potiguar do Fluminense. Almir Morais Albuquerque, pernambucano, assassinado em 1973, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, aquele da Taça do América de Natal. Paulo Henrique veio a ser treinador do América.
José Vanilson Julião é editor do mensário "A Esperança" e free lancer em Natal