quinta-feira, 3 de junho de 2021

João Emanoel participou de criação do "Correio Estudantil" em 1973

João Emanoel (primeiro em pé à esquerda) em foto de 1971, participou de fundação de 'jornalzinho" ao lado de José  Valdir Julião (último em pé, à direita) e de José Vanilson Julião (agachado, no centro) e de Francisco Ariomar de Medeiros Félix (goleiro). O Botafogo é o time em que aparecem, ainda, Luiz Bezerra Júnior, o "Garrincha" (terceiro agachado à direita) e José Ailton Quirino Costa,o "Dedé" (primeiro agachado à esquerda) e Paulo Canário Filho (terceiro à direita)


Por Valdir Julião

A notícia que recebemos através do Facebook de uma prima de João Emanoel Rego Costa sobre a sua morte surpreendeu a todos nós cerrocoraenses, de uma geração de adolescentes da primeira metade dos anos 70. O ciclo da vida terrena é assim, deixa a todos nós consternados, mas cumpre-se, mais cedo ou mais tarde, os desígnios da natureza e de Deus.

João Emanoel, 62 anos, chegou em Cerro Corá em 1970 e ficou por lá até 1973, tinha vindo residir com a irmã Denise, esposa do engenheiro de Minas Paulo Roberto Pires, que gerenciou a Mina Bodó, na casa onde hoje mora dona Teresinha Bezerra.

Na época, em 1973, quando fazíamos a terceira série no extinto Ginásio Comercial Pedro II, fundamos com João Emanoel, meu irmão Vanilson Julião e os irmãos Ariomar e Arijoi Félix um “jornalzinho” mimeografado, o “Correio Estudantil”, que inclusive foi tema em artigo publicado na revista “Giro Seridó”, em abril de 2014, na época editado pela ex-vereadora Graça Santos.

Parte do artigo, foi reproduzido no blog CERRO CORA NEWS, que republicamos em parte, aqui, em homenagem ao amigo que partiu, historiando a fundação do “Correio Estudantil”.

Mas o jornal teve uma vida efêmera, uns quatro ou cinco números, mas o bastante para essa turma de adolescentes, 14 e 15 anos, causar furor na cidade. Até sessão solene ocorreu, acredito, se não falha a memória, em setembro de 1973, na Câmara Municipal.

O “Correio Estudantil” para sair às ruas não foi fácil, tinha de “mendigar” resma de papel para a sua a impressão. Acho que a prefeitura fez uma doação, outra vez, meu pai, José Julião Neto, tirou do bolso uns “trocados” para financiar o papel. Uma resma, naquele tempo, a gente achava os “olhos da cara”.

Depois, eu e meu irmão fomos estudar em Assu, com a gente, Francisco Ariomar. Dessa história de pioneirismo jornalístico, só não abraçaram a carreira de jornalista Ariomar, que hoje é diretor de uma refinaria em Manaus (AM), Arijório é contador em Patos (PB) e João Emanoel é agrônomo, em Recife (PE).

Pra encerrar, tem a história do mimeógrafo a álcool. Caro pra época, a “estudantada” não tinha como comprar.  Uma saída, escrever a um político, pedindo a doação. “Vamos aventurar, quem não arrisca não petisca”, era o falatório entre nós. Escrevemos uma carta para o então diretor-presidente da Cosern, Ney Lopes de Souza, que anos depois se elegeu deputado federal por vários mandatos. Com uma semana, Ney Lopes respondeu, a doação do mimeógrafo estava garantida. Quando chegou foi uma festa.

Histórias como essas reforçam a premissa de que o povo cerrocoraense está sempre à frente do seu tempo. 

Um comentário:

jornal da grande natal disse...

O jornal primeiro foi impresso em um sismógrafo a tinta. Me parece que era do ginasio ou um do grupo escolar Querubina Silveira
Depois chegou o mimeografo a álcool, uma evolução técnica, e que mesmo dia do por Ney Lopes.
Creio que foram editados sete ou oito números.
Primeiro com papel ofício tipo jornal. Tamanho A4.
O jornal também chegou a ser impresso em papel verde e depois cor de rosa.
Acionar era o desenhista e digamos o caricaturista.
Como a impressão não tinha como incluir foto uma das matérias aonteceu e apareceu uma ideia genial.
Com uma reportagem o prefeito Francisco Pereira, o Pereirao.
Acionar pegou uma foto e fez os contornos da imagem fotográfica inclusive com os traços fisionomicos do personagem.
Com um papel adequado e transparente, lusco-fusco, tipo papel manteiga, e a cópia saiu bem parecida.