Prefeito Joãozinho de Cerro Corá, espero que não tenha levado a mal quando, no jantar em Curais Novos, disse que você nos tinha tratado mal. O sentido da minha expressão apenas queria revelar que você nos tinha levado ao centro dos problemas do sertão, de resto, o tratamento que você e sua esposa nos dispensaram foram inexcedíveis.
Desde o acolhimento em Natal – como soube bem logo no início da Expo termos a sua companhia e a atenção de Teresinha, conhecer sua família e contactar com o CarNatal, oportunidade que nunca teríamos sem a sua amabilidade.
De resto, Cerro Corá foi para nós uma lição. Primeiro, aquela pequena unidade de despeculiarização da castanha de caju. No fundo, um resíduo da exploração capitalista, de um mundo de economia globalizada que deixa pequenos restos aos mais desfavorecidos. A ocupação e a renda que proporciona esta pequena unidade não podem ser desprezadas, mas como dói verificar que a matéria-prima, aí produzida, deixa tanto lucro por todo o lado e apenas uns resíduos aos pobres habitantes de seu conselho.
Temos presentes os problemas que nos colocou sobre os assentamentos e a necessidade de investir na qualidade de vida das populações deslocadas. A formação do SEBRAE é um exemplo disso.
Vimos que a sua cidade é uma cidade plena de vida e com uma grande actividade comercial. Mesmo que passando rápido, deu para ficar com vontade de percorrer o bairro e descobrir o mercado de consumo e ficar a conhecer melhor a vossa forma de vida. A visita à pequena fábrica de Jeans foi elucidativa. Uma unidade de produção e renda muito organizada, com gente empenhada à frente. Para nós, europeus, nos assusta um pouco a dependência de um único cliente, mesmo que o gerente nos tenha dito que tem outros em carteira. E apoiamos claramente a aspiração dele de criar uma marca própria para poder comercializar directamente os seus produtos. É sempre a mais valia, acrescentar o design e a marca aos têxteis produzidos. Felizmente, vocês parece não terem a concorrência dos chineses, que inundaram os mercados na Europa e acabaram em Portugal com as pequenas fabriquetas têxteis, gerando muito desemprego.
Vimos que a sua cidade é uma cidade plena de vida e com uma grande actividade comercial. Mesmo que passando rápido, deu para ficar com vontade de percorrer o bairro e descobrir o mercado de consumo e ficar a conhecer melhor a vossa forma de vida. A visita à pequena fábrica de Jeans foi elucidativa. Uma unidade de produção e renda muito organizada, com gente empenhada à frente. Para nós, europeus, nos assusta um pouco a dependência de um único cliente, mesmo que o gerente nos tenha dito que tem outros em carteira. E apoiamos claramente a aspiração dele de criar uma marca própria para poder comercializar directamente os seus produtos. É sempre a mais valia, acrescentar o design e a marca aos têxteis produzidos. Felizmente, vocês parece não terem a concorrência dos chineses, que inundaram os mercados na Europa e acabaram em Portugal com as pequenas fabriquetas têxteis, gerando muito desemprego.
A visita ao assentamento de S. Francisco foi custosa mas valeu a pena. Primeiro porque vimos o esforço de trabalhar toda a fileira da castanha. Mesmo em pequena escala, o que vimos em S. Francisco é afinal aquilo que deveria existir na região – unidades que aproveitam a castanha e a embalam, colocando-a no mercado. E que saborosa que ela é. Acho que em Portugal haverá mercado para ela. O trabalho do presidente da associação de jovens de recuperar a fazenda para turismo não é fácil, mas as condições estão todas lá. A única coisa que falta é a estrada, não há visitante que resista a tanto solavanco. Quantas eleições mais serão precisas para o Governo avançar com a obra?
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