quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Prefeitura incha em mais de 30% quadro de servidores desde 2001

Mais de 30%, é quanto o número de funcionários públicos municipais cresceu em Cerro Corá desde 2001, ano em que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) começou a divulgar na internet a chamada "Pesquisa de Informações Municipais Básicas". Naquele ano, o primeiro da gestão do então prefeito João Batista de Melo Filho, a Prefeitura contava com 360 servidores, todos da administração direta do município, dos quais 218 eram estatutários e 36 servidores eram contratados pelo regime da CLT - a Consolidação das Leis do Trabalho, enquanto 106 eram listados como "outros", aqueles sem vínculo empregatício e que deviam trabalhar, por exemplo, por serviço prestado. Em 2002, já no segundo ano de mandato de "Joãozinho", o quadro de servidores públicos passava a ser de 403, sendo 285 estatutários, 59 celetistas e 59 de "outros".

Em 2004 no final do último ano e em plena campanha pela reeleição, a administração de "Joãozinho" aumentava para 499 o número de funcionários públicos,  sendo que 339 eram estatutários, mas diminuindo para 39 o número de celetistas,  regime de trabalho que não garante estabilidade ao trabalhador e, que por isso, pode ser demitido a qualquer momento. Os "outros"  caiam para 41, mas, pela primeira vez, na pesquisa do IBGE aparecia a figura do servidor "comissionado", que nesse ano eram 80.

Já no ano seguinte, em 2005, passada a euforia da campanha de reeleição, o quadro de servidores públicos em Cerro Corá caiu para 487, sendo 341 estatutários. E por coincidência ou não, o número de cargos comissionados baixou 69 e os de servidores sem vínculo empregatício, que podiam ser os "outros", como os dados de pesquisas anteriores, subiram para 77 servidores. No ano de 2006, o número de servidores voltou a diminuir, passando a 468 servidores, incluindo 338 estatutários. O número de cargos em comissão desceu para 64 e de os sem vinculo para 66.

Mas em 2008, outro ano de eleição e quando o atual prefeito Raimundo Marcelino Borges, o "Novinho" foi candidato da situação, o quadro de servidores municipais voltou a crescer, passou para 493 funcionários, dos quais 412 eram estatutários. Em compensação, o número de comissionados caiu para 43 e os sem vínculo decresceu para 38.

Em 2009, primeiro ano de mandato de "Novinho", o número de servidores voltou a cair, para 486, sendo 402 estatutários, além de uma nova queda em cargos comissionados, para  28, enquanto cresceu para 56 o número de servidores contratados sem vinculo, possivelmente por serviços prestados.

Evolução do  funcionalismo da PMCC

Vínculo
2001
2002
2004
2005
2006
2008
2009
Direta
360
403
499
487
468
493
486
Estatutário
218
285
339
341
338
412
402
CLT
36
59
39
-
-
-
-
Outros
106
59
41
-
-
-
-
Comissão
-
-
80
69
64
43
28
S/ Vínculo
-
-
-
77
66
38
56
Fonte - IBGE

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Luto: blog se associa aos pêsames do radialista assassinato em Caicó

Muitas são as tentativas e maneiras de calar a voz dos jornalistas, e o assassinato de F. Gomes, em Caicó, é a mais radical delas. O blog www.cerrocoranews.blogspot.com se associa ao Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Norte (Sindjorn) nas condolências à familia de F. Gomes e de todos os caicoenses...

domingo, 17 de outubro de 2010

Açude Eloy de Souza, fonte de lazer quando não recebia esgotos

Flagrante das senhoras e moças cerrocoraenses num momento de lazer no açude Eloy de Souza, na época em que suas águas não eram poluídas por esgotos. A câmara de ar, coisa rara hoje em dia, era usado como boia pela criançada para atravessar de um lado a outro do açude.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Antigos Carnavais 4: Uma rara fotografia colorida no GPK

Á esquerda, o saudoso Chico Gordo, Rei Momo dos carnavais cerrocoraenses. Ao lado dele, a rainha do Carnaval Marileide Trindade e o casal José Julião Neto e Tinoca, escolhidos o casal mais animado. Com a outra taça, João Hêdulo Bezerra da Costa, o "Joãozinho de Lourival" ou "João Ceará", apelido que ganhou nas noites paulistans, que foi escolhido melhor folião e com a outra taça, uma filha de Chico Soares, acho que Zélia, eleita a foliã mais animada. Á direita, Marleide Galvão, que era uma das fiéis diretoras do Grêmio Presidente Kenney. O Carnaval ai, acredito que seja 1971.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Túnel do Tempo 8: Sesquicentenário da Independência - 21/abr/1972

José Julião Neto hasteando a Bandeira do Brasil em comemoração ao Sesquicentenário da Independência , na praça  Tomaz Pereira de Araújo, no centro de Cerro Corá. No detalhe, a postura cívica do nosso amigo e conterrâneo Ailton Querino Costa, o "Dedé de Germínio", de camisa estampada e o primeiro ao lado da haste do pavilhão nacional. O segundo garoto, depois de "Dedé", atentar para o detalhe do corte de cabelo, estilo militar.  De braços cruzados, "Devi" ou "Fininho", apelido do nosso primo em terceiro grau, que hoje tem uma oficina mecânica em Natal e é filho de José Benedito e dona Belita.  Já o garoto de calça comprida e mão escorada no joelho, tenho a impressão que é Zequinha de Zé Macedo, que hoje mora em Brasilia (DF).  Ao lado deste, de camisa listrada, acredito que seja o saudoso João Carlos, filho de Quinca Canário e irmão de "Fio". Os dois menores, entre João Carlos e "Finiho", acho que  são filhos do saudoso Vivaldo da Oficina. De cabeça maior e cima desses dois, um filho do soldado Moura, que residiu em Cerro Corá. Ao lado de Zé Julião, creio que seja Marcos Antonio Libanio, o "Coca", filho de Lourival Libânio de Melo. No fundo, a casa de Valdemar Ferreira de Lira, antes da terceira e definitiva reforma. Os dois ultimos, ao lado desse galeguinho, acho que são Sinval Belmino e João de Mané Bazu (Outros amigos, que puderem identificar ou confirmar os nomes das meninadas ai, agradeço a colaboração nos comentários).

Censo perto do fim em Bodó, Cerro Corá, Currais Novos e Lagoa Nova

De uma população estimada em 11.235 pessoas, o Censo Demográfico de 2010 em Cerro Corá já recenseou 95% dos seus habitantes, segundo informa o acompanhamento on line existente no site da internet do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítisca - www.ibge.gov.br . Até agora, a população recenseada do município chegou a 10.663 pessoas.  O número de domicílios visitados pelos recenseadores chega a 2.892 ou 88% do total.


Com relação a Bodó, o Censo já apurou que existem 2.361 habitantes, um percentual até agora de 91% em relação a estimativa de 2.952 pessoas. Na vizinha Lagoa Nova a população recenseada chegou a  13.564 ou 99% de sua estimativa, que é de 13.718 habitantes. Em Currais Novos, o Censo já  recenseou 96% da população estimada, ou seja, 41.936 pessoas, de um total de 43.536.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Vaquejada: "Codô" recebe prêmio do cenecista Francisco Gomes

O flagrante ai, acredito, que seja a entrega de uma premiação a Clidenor Pereira de Araújo Filho, o "Codô" e seu irmão "Clísio", numa vaquejada realizada em Cerro Corá no ano de 1976. A pessoa de camisa estampada não sei quem é, mas ai, por trás, de boné, Joaquim Sales Guimarães, entre os dois irmãos, Marleide Galvão e ao lado dela, segurando a taça de campeão, Francisco Gomes, que era um dirigente da CNEC, a chamada Campanha Nacional de Escolas para a Comunidade, a qual estava vinculado o extinto Ginásio Comercial Pedro II. À esquerda, cortado, creio que é Pádua, um engenheiro da Brasimet ou Mineração Sertaneja, que trabalhou na Mina Bodó, que á época era distrito de Santana do Matos.

domingo, 10 de outubro de 2010

Memória Política 5: Edson Pereira discursa na posse do irmão prefeito


Posse do prefeito Francisco Pereira de Araújo, o "Pereirão" e do vice-prefeito Lourival Bezerra da Costa, em sessão solene realizada na Câmara Municipal de Cerro Corá, em 31 de janeiro de 1973. Na ocasião, o irmão de "Pereirão", Édson Pereira de Araújo discursa, tendo ao lado a secretária da prefeitura, Tenice, irmã de Teni do Bar de Chico. Ao lado de Edson, não consegui identificar o senhor de óculos e, à direita dele, Lourival Bezerra. Ao fundo, de paletó preto, José Julião Neto e o então interventor, capitão PM Virgílio Tavares, que veio a ser comandante da Policia Militar do Rio Grande do Norte. Por trás do senhor de óculos, dona Elza Batista Pereira, esposa de "Pereirão".

Bodó ainda responde por 61% das reservas de xilita do RN

Aproximadamente 15% das reservas nacionais (medidas e indicadas) de minério de tungstênio contido são provenientes dos depósitos de skarns ou rochas calcissilicáticas, da Província Scheelitífera do Seridó, especialmente no Rio Grande do Norte, nos seguintes municípios: Acari, Currais Novos, Bodó e Lages. Na mina Bodó estão concentradas 61% destas reservas (2.718 t de WO3 contido) e nas minas Brejuí, Barra Verde, Boca de Lage e Zangarelhas, que correspondem a um único depósito mineral, os 39% restantes equivalentes a 1.738 t de WO3 contido, no qual a mina Brejuí responde pela maior parte.

No entanto, as reservas nacionais poderão ser ampliadas no momento em que algumas minas, ainda inativas, como Boca de Lage, Zangarelhas, Saco dos Veados, Malhada Limpa, Malhada dos Angicos, entre outras, entrarem em atividade, pois quando isto ocorrer, será
necessária a reavaliação das reservas daquelas minas. Além disso, quando os trabalhos de reavaliação das reservas (medidas, indicadas e inferidas) de minério de scheelita das minas
Brejuí e Bodó, realizados em 2004 e 2005, forem aprovados pelo DNPM, estas reservas poderão ser acrescidas em mais de 14.079 t de WO3 contido, com teores de WO3 entre 0,23% a 2,50%. 

Também foi desenvolvido estudo preliminar de prospecção em uma das minas mais ricas em mineralização de scheelita do Rio Grande do Norte, a mina Bonfim, em Lages. Neste estudo, as reservas inferidas foram avaliadas em 30 mil t de WO3 contido, com teor médio de 0,70% de WO3, mas os trabalhos de reavaliação destas reservas ainda estão em andamento.

Complementarmente, segundo o Projeto Scheelita do Seridó, desenvolvido pela CPRM (Serviço Geológico do Brasil) entre os anos de 1978 a 1980, existem expressivas reservas geológicas de tungstênio  contido em depósitos de skarns ou rochas calcissilicáticas, na
Província Scheelitífera do Seridó, localizada nos Estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba. Nos estudos geológicos e de prospecção realizados, foram individualizados 38 importantes trends scheelitíferos  de depósitos estratiformes, nos quais foram inferidas 357 mil t de W contido, com teor médio de 0,20% de WO3.

Ainda, é apropriado considerar as reservas remanescentes das operações de lavra e de beneficiamento do minério de scheelita, que  são os rejeitos ou taillings, existentes nas principais minas, como Brejuí, Barra Verde, Boca de Lage e Bodó.

Na mina Brejuí as reservas de rejeito grosso (similar areia) foram avaliadas em 2.000 t de WO3 contido, com teor de 0,05% de WO3, e as de rejeito fino (semelhante lama) em 1.804 t de WO3 contido, com teores médios de 0,19% de WO3 e 0,10% de Mo. Nas minas Barra Verde e Boca de Lages as reservas de rejeito fino foram avaliadas em 5.000 t de WO3 contido, com teor médio de 0,10% de WO3. Na mina Bodó elas atingem 1.082 t de WO3 contido, com teor médio de 0,50% de WO3.

Conseqüentemente, utilizando as inovações tecnológicas, no tratamento e beneficiamento deste material, todos os rejeitos poderão ser aproveitados, por isso, eles são considerados reservas estratégicas.

Fonte - Geólogos Telma Monreal Cano, Jorge Luiz da Costa e Júlio de Rezende Nesi, de um trabalho realizado para o DNPM e CPRM.

Testemunho do português Francisco Botelho na visita feita a Cerro Corá em dezembro de 2007

Prefeito Joãozinho de Cerro Corá, espero que não tenha levado a mal quando, no jantar em Curais Novos, disse que você nos tinha tratado mal. O sentido da minha expressão apenas queria revelar que você nos tinha levado ao centro dos problemas do sertão, de resto, o tratamento que você e sua esposa nos dispensaram foram inexcedíveis.
Desde o acolhimento em Natal – como soube bem logo no início da Expo termos a sua companhia e a atenção de Teresinha, conhecer sua família e contactar com o CarNatal, oportunidade que nunca teríamos sem a sua amabilidade.
De resto, Cerro Corá foi para nós uma lição. Primeiro, aquela pequena unidade de despeculiarização da castanha de caju. No fundo, um resíduo da exploração capitalista, de um mundo de economia globalizada que deixa pequenos restos aos mais desfavorecidos. A ocupação e a renda que proporciona esta pequena unidade não podem ser desprezadas, mas como dói verificar que a matéria-prima, aí produzida, deixa tanto lucro por todo o lado e apenas uns resíduos aos pobres habitantes de seu conselho.
Temos presentes os problemas que nos colocou sobre os assentamentos e a necessidade de investir na qualidade de vida das populações deslocadas. A formação do SEBRAE é um exemplo disso. 
Vimos que a sua cidade é uma cidade plena de vida e com uma grande actividade comercial. Mesmo que passando rápido, deu para ficar com vontade de percorrer o bairro e descobrir o mercado de consumo e ficar a conhecer melhor a vossa forma de vida. A visita à pequena fábrica de Jeans foi elucidativa. Uma unidade de produção e renda muito organizada, com gente empenhada à frente. Para nós, europeus, nos assusta um pouco a dependência de um único cliente, mesmo que o gerente nos tenha dito que tem outros em carteira. E apoiamos claramente a aspiração dele de criar uma marca própria para poder comercializar directamente os seus produtos. É sempre a mais valia, acrescentar o design e a marca aos têxteis produzidos. Felizmente, vocês parece não terem a concorrência dos chineses, que inundaram os mercados na Europa e acabaram em Portugal com as pequenas fabriquetas têxteis, gerando muito desemprego.
A visita ao assentamento de S. Francisco foi custosa mas valeu a pena. Primeiro porque vimos o esforço de trabalhar toda a fileira da castanha. Mesmo em pequena escala, o que vimos em S. Francisco é afinal aquilo que deveria existir na região – unidades que aproveitam a castanha e a embalam, colocando-a no mercado. E que  saborosa que ela é. Acho que em Portugal haverá mercado para ela. O trabalho do presidente da associação de jovens de recuperar a fazenda para turismo não é fácil, mas as condições estão todas lá. A única coisa que falta é a estrada, não há visitante que resista a tanto solavanco. Quantas eleições mais serão precisas para o Governo avançar com a obra?