Refúgio de Vida Silvestre Serra das Araras compreende mais de 12 mil hectares no Bioma Caatinga, na região do Seridó
Cerroraenses conhecem projeto sobre Refúgio de Vida Silvestre (foto - divulgação) |
Cidadãos dos municípios de Cerro Corá e Currais Novos, na Região Seridó, receberam a equipe do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema) para a realização de audiências públicas sobre a proposta de criação do Refúgio de Vida Silvestre Serra das Araras. A UC faz parte do grupo de Proteção Integral, e possui uma área de 12.356,31 ha.
A primeira discussão ocorre na terça-feira (5), no Centro de Convivência de Idosos de Cerro Corá, com a participação de moradores da região, representantes da Prefeitura Municipal, Ministério Público do RN, Secretaria do Estado do Turismo, Geoparque Seridó, entre outras entidades. A Unidade de Conservação foi apresentada pelo supervisor do Núcleo de Gestão de Unidades de Conservação do Idema, Ilton Soares, e logo após foi aberta uma sessão de perguntas e respostas. A audiência foi presidida pelo coordenador da Câmara de Compensação Ambiental do órgão, Itan Cunha.
Na oportunidade, o supervisor do NUC, Ilton Soares, apresentou o projeto para os presentes, ressaltou a importância da preservação da área, mostrando dados sobre a biodiversidade e abriu espaço para esclarecimento de dúvidas e contribuições sobre a implantação e gestão da UC. Entre as demandas levantadas pelo público, estiveram questões territoriais, presença de assentamentos, caça predatória, estruturação do Plano de Manejo e educação ambiental.
“Essa área é uma das mais preservadas que existem no RN, e estamos intensificando as medidas para conservação com a criação do Refúgio. A criação de uma Unidade de Conservação é um processo coletivo, por isso, a importância de debater e ouvir a população”, disse.
A diretora do Geoparque Seridó, Janaína Medeiros, que atua no local há 13 anos, disse que esse é mais um importante passo no cenário da Conservação do Rio Grande do Norte. “A criação do REVIS fortalecerá o desenvolvimento sustentável e a sensibilização ambiental na região. Os refúgios de vida silvestre fornecem ambientes protegidos onde as espécies selvagens podem viver e reproduzir-se sem as pressões de atividades humanas como a caça, o desmatamento e a presença de atividades econômicas não compatíveis com a conservação. Isso tudo é um processo, e a educação ambiental é a base para que possamos avançar”, relatou.
O Refúgio é uma Unidade de Conservação da Natureza que está sendo criada na Região do Seridó Potiguar, nos municípios de São Tomé, Cerro Corá e Currais Novos. A região apresenta um conjunto de serras, onde se encontra a Serra das Araras, Serra de São João e Serra da Boaventura. No local existem espécies de aves raras, como a arara-maracanã e o papagaio-verdadeiro.
Atualmente, o local abriga 126 espécies de plantas, 232 espécies de aves, 9 espécies de mamíferos, 6 espécies de morcegos, 16 espécies entre anfíbios e répteis e 18 espécies de peixes. A UC tem o objetivo de proteger os remanescentes do Bioma Caatinga, suas belezas naturais, e garantir a sobrevivência de espécies da fauna e da flora locais, residentes ou migratórias.
Na oportunidade, a coordenadora do Núcleo de Apoio à Gestão Ambiental dos Municípios (Nagam/Idema), Hortência Carvalho, falou sobre o trabalho do órgão junto aos municípios potiguares, auxiliando no fortalecimento dos instrumentos de planejamento da gestão ambiental.
Representando o Idema nas duas audiências públicas, também estiveram presentes membros dos setores Jurídico, Núcleo de Energias, Núcleo de Apoio à Gestão Ambiental dos Municípios (Nagam), Núcleo Florestal e Núcleo de Gestão de Unidades de Conservação (NUC).
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