Os nomes dos logradouros públicos da minha cidade natal homenageiam, principalmente, pessoas da terra. Uma das exceções é o bairro Tancredo Neves (ex-Casa Velha), que homenageia o politico mineiro, que foi primeiro-ministro do presidente Joao Belchior Goulart, em 1963, e morto antes de tomar posse apos ser eleito, pela via indireta (com votos na Câmara dos Deputados), em 1985, na chamada “Nova Republica”, contra-pronto da “Republica Nova”, pós-Revoluçao Liberal (1930).
No
Tancredo Neves o prefeito Jose Walter Olimpio dá nome a uma
pracinha. Na “rua de cima” ou “rua do cemitério” (Sao
João Batista), a oficial Tristão de Barros, o
ex-prefeito e ex-vereador José Julião Neto dá
nome ao ginásio de esportes, no espaço da antiga quadra
descoberta, construída com apoio do assuense e sargento do
Exército (Batalhão de Engenharia e Construção),
Raimundo Mitre.
Entretanto
uma família seridoense, originária de Portugal e
primeiramente radicada no Acari (no século XVIII), com membros
residentes ou ramificaçoes em Currais Novos, Cerro Corá,
São Tomé (região do Potengi) e Santana do Matos,
“monopoliza” as homenagens.
São
os “Pereiras”, iniciando com um dos patriarcas, o antigo dono da
“Casa Grande”, localizada ao lado da pracinha que toma um nome
dele. Tomaz Pereira de Araújo, e pai do minerador, prefeito e
deputado estadual Sérvulo, que dá nome a rua dos
estabelecimentos comerciais. Essa rua chamava-se Vivaldo Pereira, tio
de Sérvulo.
Vivaldo
foi o nono intendente de Currais Novos. Era como se chamava o
administrador ou gestor municipal de anticamente, antes da Revolução
de 30. Equivale ao prefeito de hoje.
Ainda
temos Benvenuto Pereira (prefeito), aquela da praça Maria
Luzia Guimarães. No começo desta rua, de quem vem da
Monsenhor Paulo Heroncio, à esquerda ficava o Clube de Mães
Santa Zita e à direita o “clube velho”.
O
detalhe é que a Paulo Heroncio era a única da cidade a
ter dois “quebra-molas” ou lombadas nos extremos. Uma delas em
frente a Prefeitura. A situaçao facilitava a pelada de futebol
na rua de paralelepípedo ou nas calçadas,
principalmente na da casa de Luiz Bezerra (dono de casa de jogo de
baralho, sueca, pip paf...), marido da professora de jardim de
infância e primário, dona Ritinha, mãe de Chico,
Gracinha, LB Junior (“Garrincha”) e João Batista.
Também
recebe homenagem e não poderia ser diferente, o paraibano de
Picui, major Lula Gomes, que, em 1886 (seculo XIX), sendo
proprietário da localidade Barro Vermelho, fundou o povoado de
Caraúbas, nome dado em referência à existência
de carnaubeiras nas redondezas.
Com
o incentivo inicial de Lula Gomes, o povoado se desenvolveu com o
importante trabalho de Manoel Salustino Gomes de Macedo, João
Soares de Maria, João Pinto, coronel Manoel Osório de
Barros (outro homenageado).
Voltaremos
ao assunto, inclusive mencionando membros da tradicional e numerosa
familia. E outros homenageados.
* José Vanilson Julião é jornalista free-lancer.
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