Por José Vanilson Julião*
No
texto anterior comentei sobre as minhas andanças, ao lado dos
amigos de infância e pre-adolescência, pelas avenidas,
ruas e becos da minha cidade natal. Citei o bairro Tancredo Neves
(antiga Casa velha), a “rua da Ponte” – onde residia a familia
de Ze Rodrigues (numa casa comprada ao meu avô materno, Zé
Ribeiro da Silva).
Além
das ruas “de cima” (Tristão de Barros), “de baixo”
(monsenhor Paulo Herôncio), a “do comércio” (Vivaldo
Pereira, atual Sérvulo Pereira), praticamente um prolongamento
da Paulo Herôncio, e que termina na cabeceira da via de acesso
à ponte do açude Eloi de Souza, ambas divididas pelo
largo da praça Tomaz Pereira de Araújo.
Mais
a avenida Sao João (transversal a pracinha), a (“rua da
igreja matriz”), padroeiro da urbe, e a Benvenuto Pereira, dividida
ao meio pela praça Maria Luiza Guimarães. Ainda a “rua
do Motor”, que dava acesso ao “Corredor”, um dos locais de
banho da rapaziada e lavagem de equinos (burros e cavalos) no
reservatório de água da cidade.
Nesta
era costume, nas noites das festas juninas, os meninos soltarem fogos
de artifícios, assar milho e se aquecer na grande fogueira
armada em frente a mercearia do comerciante Antonio Vieira, que
vendia o melhor cuscus. Também surge na memória a casa
de calçada alta de um senhor que comercializava fumo de corda
ou rolo na feira livre dominical, que terminava no final da tarde.
Recentemente,
depois de seis anos, ao me dirigir para votar em um colégio
particolar na cidade, o mano fez um rápido comentário
sobre a “rua da baixa”. É uma ladeira, que começa
na Benvenuto Pereira (prolongamento anterior da Paulo Heroncio).
Residi com meus pais nesta rua, no começo dos anos 60, na casa
onde morou seu Antonio Amaro, pai de Juarez.
Na
rua “da baixa” morou Vivaldo, dono da principal oficina da
cidade, de onde se avistava o açude Tapuio, no fundo do vale,
entre as serras. Na mesma rua residiram meus avôs maternos (o
citado Ribeiro e dona Jovelina), donos de uma “charrete”. Na
oficina papai deixava para consertos: duas Kombi Volkswagen, duas
caminhonetas Jeep (da Willys Overland, depois comprada pela Ford),
uma caminhoneta GMC (General Motors Company), da divisao Chevrolet e
um Fusca vermelho (citado no primeiro artigo).
Quando da ida a Cerro Corá para a votação no primeiro turno das eleições
deste ano, disse ao mano, pelo menos duas vezes, que os espaços
da cidade estao praticamente todos tomados por construções
particulares, residencias ou estabelecimentos comerciais. Um exemplo
são as antigas ruas do “matadouro”, a vizinha rua “da
cadeia”, e ate onde ficava o “lixo do boi”, onde existia um
grande buraco, na confluencia da avenida Sao João, logo atrás
do prédio da Prefeitura.
Afora, é claro, da rua “da feira”, por trás do antigo mercado
público. É a mesma “artéria” do antigo bar
“Rabo da Gata”. Ao lado outro caminho para o “catavento”,
outro local de mergulho no açude, de onde atravessa-se para o
outro lado do reservatorio, a braçadas, em câmaras de ar
ou em pendões de agave, em direção a “pedra
grande”, que foi demolida nos anos 80. E tinha a “rua do cigano”…
*José Vanilson Julião é jornalista free-lancer em Natal, com passagens pelos diários "Tribuna do Nort" e "Diário Natal", semanário "Jornal de Natal" e mensário "A Grande Natal".
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