Aproximadamente 15% das reservas nacionais (medidas e indicadas) de minério de tungstênio contido são provenientes dos depósitos de skarns ou rochas calcissilicáticas, da Província Scheelitífera do Seridó, especialmente no Rio Grande do Norte, nos seguintes municípios: Acari, Currais Novos, Bodó e Lages. Na mina Bodó estão concentradas 61% destas reservas (2.718 t de WO3 contido) e nas minas Brejuí, Barra Verde, Boca de Lage e Zangarelhas, que correspondem a um único depósito mineral, os 39% restantes equivalentes a 1.738 t de WO3 contido, no qual a mina Brejuí responde pela maior parte.
No entanto, as reservas nacionais poderão ser ampliadas no momento em que algumas minas, ainda inativas, como Boca de Lage, Zangarelhas, Saco dos Veados, Malhada Limpa, Malhada dos Angicos, entre outras, entrarem em atividade, pois quando isto ocorrer, será
necessária a reavaliação das reservas daquelas minas. Além disso, quando os trabalhos de reavaliação das reservas (medidas, indicadas e inferidas) de minério de scheelita das minas
Brejuí e Bodó, realizados em 2004 e 2005, forem aprovados pelo DNPM, estas reservas poderão ser acrescidas em mais de 14.079 t de WO3 contido, com teores de WO3 entre 0,23% a 2,50%.
Também foi desenvolvido estudo preliminar de prospecção em uma das minas mais ricas em mineralização de scheelita do Rio Grande do Norte, a mina Bonfim, em Lages. Neste estudo, as reservas inferidas foram avaliadas em 30 mil t de WO3 contido, com teor médio de 0,70% de WO3, mas os trabalhos de reavaliação destas reservas ainda estão em andamento.
Complementarmente, segundo o Projeto Scheelita do Seridó, desenvolvido pela CPRM (Serviço Geológico do Brasil) entre os anos de 1978 a 1980, existem expressivas reservas geológicas de tungstênio contido em depósitos de skarns ou rochas calcissilicáticas, na
Província Scheelitífera do Seridó, localizada nos Estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba. Nos estudos geológicos e de prospecção realizados, foram individualizados 38 importantes trends scheelitíferos de depósitos estratiformes, nos quais foram inferidas 357 mil t de W contido, com teor médio de 0,20% de WO3.
Ainda, é apropriado considerar as reservas remanescentes das operações de lavra e de beneficiamento do minério de scheelita, que são os rejeitos ou taillings, existentes nas principais minas, como Brejuí, Barra Verde, Boca de Lage e Bodó.
Na mina Brejuí as reservas de rejeito grosso (similar areia) foram avaliadas em 2.000 t de WO3 contido, com teor de 0,05% de WO3, e as de rejeito fino (semelhante lama) em 1.804 t de WO3 contido, com teores médios de 0,19% de WO3 e 0,10% de Mo. Nas minas Barra Verde e Boca de Lages as reservas de rejeito fino foram avaliadas em 5.000 t de WO3 contido, com teor médio de 0,10% de WO3. Na mina Bodó elas atingem 1.082 t de WO3 contido, com teor médio de 0,50% de WO3.
Conseqüentemente, utilizando as inovações tecnológicas, no tratamento e beneficiamento deste material, todos os rejeitos poderão ser aproveitados, por isso, eles são considerados reservas estratégicas.
Fonte - Geólogos Telma Monreal Cano, Jorge Luiz da Costa e Júlio de Rezende Nesi, de um trabalho realizado para o DNPM e CPRM.