Falecido em julho deste ano, vigário contou que fugiu para evitar mortes
Vigário de Cerro Corá entre os anos de 1960/1966, o padre curraisnovense Talvaci Salustino deixou por escrito, nos anais da Paróquia do município, a história do bingo que terminou em confusão e com ameaças de morte, em junho de 1964.
Inicialmente, Talvaci Salustino relatara que realizou-se em outubro de 1964 mais uma festa de São João Batista, "sempre feita" naquele mês do ano "por motivo da época da safra".
Padre Talvaci Salustino explicava que a festa de outubro "serviu para pagar boa parte do prejuízo enorme que causou o festival junino".
Em seguida, Salustino expunha que o festival de junho "deu um trabalho imenso", pois teve de andar todo o Rio Grande do Norte e Paraíba "nos atoleiros piores que pudesse imaginar, resultando inclusive o acabamento do motor de seu Jeep e posteriormente do próprio Jeep".
"O pior não foi isto", escreveu Salustino, "os bêbados esbagaçaram uma difusora, tentaram virar o caminhão-palanque, quebrando consequemente toda a instalação".
Em seu escrito, o padre Talvaci Salustino, falecido em 5 de julho, informava que depois de a iluminação ter se apagado, às 23 horas, "foi atacado por 12 homens de Patos armados", quando já se preparava para se deslocar a Currais Novos: "A sua sorte foram um coronel, um soldado e três civis que estavam armados e me acompanharam até Currais Novos".