terça-feira, 28 de novembro de 2023

Ponto de Memória em Lagoa Nova leva nome do cordelista José Milanez

Sede do Ponto de Memória da Macambira
A Rede de Pontos de Memória e Museus Comunitários do Rio Grande do Norte inaugura, na tarde desta quarta-feira (29), em Lagoa Nova, dois espaços de memória e uma casa de farinha na comunidade quilombola da Macambira, empreendimento de economia solidária no Estado, com apoio de instituições como o Pontão de Cultura e Comunicação e a Empresa Aliança Energia.

O ponto de memória leva o nome do cantador de viola e cordelista José Milanez, cerrocoraense que militou no sindicalismo rural, chegando a presidir o sindicato da categoria nos anos 80 em Currais Novos. 

A história da comunidade quilombola de Macambira é marcada pelas dificuldades de acesso à água, pela luta para a retomada de seu antigo território, o enfrentamento ao preconceito e discriminação, pelo autorreconhecimento como remanescente quilombola e a busca da garantia de direitos e acesso às políticas públicas.

Em 2022 a comunidade quilombola tomou a decisão de e organizar um espaço de memória como forma de fortalecer a identidade quilombola, o sentimento de pertencimento dos integrantes da Macambira.

O Museu reúne documentos históricos sobre a origem da comunidade, ilustrações da trajetória da comunidade, um mapeamento fotográfico sobre a realidade cultural da comunidade realizado por alunos de escola públicas, além de painéis artísticos. É um equipamento que tem contribuído com o processo histórico da luta dos quilombolas, a ampliação e fortalecimento do da organização local, com o desenvolvimento sustentável da comunidade e com o turismo de base comunitária.

Ponto de Memória José Milanez

A iniciativa de Museologia Social começou a tomar corpo no ano passado, através da mobilização dos moradores do Assentamento da Reforma Agrária José Milanez. O local também reúne dados, fotografias e outros documentos do violeiro José Milanez assinado na década de 80. 

Além de ilustrações sobre a sua trajetória, poemas de sua autoria, trechos de discursos e trabalhos publicados sobre o violeiro. Além das exposições sobre a sua vida, o espaço conta ainda com uma cordelteca com obras de Milanez e de outros poetas populares do RN e do Brasil, além de um espaço de exibição audiovisual.

A Casa de Farinha

Implantada na Comunidade Quilombola de Macambira, a Casa de Farinha será um veículo de geração e incremento de renda direta para 22 famílias, expandindo seus benefícios para outros integrantes da comunidade a partir da venda e compra da matéria prima da farinha: a mandioca.

Para comercialização da farinha e organização do grupo produtivo, os moradores locais criaram em setembro de 2023 a COOPERAGRI – Cooperativa dos Agricultores Quilombolas da Macambira; formalizando a Casa de Farinha e tornando-a um importante empreendimento de geração de renda e beneficiamento para toda cadeia produtiva desenvolvida na própria comunidade.

Agenda

Data: 29 de Novembro de 2023

Hora: das 14 às 19h

Local: Lagoa Nova - RN


2 comentários:

RAIMUNDO COSTA disse...

Uma justíssima homenagem a esse grande homem, de uma trajetória de muitas lutas, como dirigente sindical rural dedicou-se imensamente a causa de defender os que mais precisavam, como poeta, violeiro, enriqueceu a nossa cultura produzindo cultura, nas cantorias, nos pé de parede, cantava e recitava a nossa história, a história do seu povo nordestino. Parabéns!!!

Geralda Efigênia disse...

José Milanez vive! Um legado de história, bela a sua trajetória. Cerro Corá tem