quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Mais uma poesia de "Zé Saldanha"

                            Sertão, gado e mulher


Piató é minha terra
E Bodó meu quarteirão,
Cêrro Corá meu domínio,
Currais Novos meu sertão
O Seridó me admira
Rio Grande é meu torrão
  
Caicó pra criar gado
Florânia, mulher bonita
Acari pra tradição
Currais Novos pra chelita.

Piauí pra criar gado
Pajeú pra valentão
Cariri pra rapadura
Seridó pra algodão.

Lampião com medo d’eu
Nunca foi ao Seridó
Soube de minhas façanhas
De cabra do Piató
Indo atacar escondido
As terras de Mossoró.

Lampião com medo d'eu
Nunca visitou Natal                      
Sabia de minha fama
Me tinha como rival
Foi atacar Mossoró
Bem longe da capital.

Lampião muito medroso
Limitou sua campanha
Foi pra região Oeste
Mas não fez grande façanha
Correu nos primeiros tiros
Com medo de Saldanha.
                                                                                                          
Lampião com medo d'eu
Nunca foi ao Seridó
em falar em meu nome
Tremia de fazer dó
Corria léguas com medo
D’eu lhe arrochar o gogó.

Lampião com medo d’eu
Nunca mais quis andar só
Andava com cabroeira
Cons cabras no mocotó
Ele atacou o Oeste
Nunca veio ao Seridó.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Manoel "Mororó", paraibano de Teixeira que adotou Cerro Corá

Manoel " Mororó" chegou por volta dos anos 40 em Cerro Corá, casou com Zulmira Ribeiro da Silva, filha de José Ribeiro e dona Jovelina Ribeiro da Silva, que vieram a ser meus avós maternos. "Mororó" era natural da serra do Teixeira, município próximo a Patos, no Sertão da Paraíba. 

De Cerro Corá, ele morou alguns anos em Assu, onde tinha um bar. De lá, migrou para Natal, onde morou e trabalhou como camelô, no Alecrim, durante meados dos anos 60 e começo da década de 70. 

Em 1974 voltou a residir em Cerro Corá. Em dezembro desse mesmo ano, perdeu sua mulher e um genro num acidente de automóvel em Sergipe, depois de visitavam a filha mais velha, Sonia Maria, em Maceió (AL).

Na "serra" mantinha uma  banca de confecções na feira livre, oficio que exerceu até falecer no começo dos anos 90.  Era pai de Alex, Everaldo, conhecido como "Branco", Geraldo, Sonia, Francisco Aderaldo, apelidado de "Tininha", João Maria, Maria das Graças e Tânia, esta que está ai na foto com ele, e que faleceu prematuramente no Mato Grosso, na região Centro-Oeste do país. O flagrante é da colação de grau de Tãnia Xavier em 22 de dezembro de 1984.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Agradecimentos aos nossos seguidores


Aos poucos vai crescendo a lista de seguidores, a quem agradecemos pela confiança e credibilidade, ao acompanhar as informações e noticias da atualidade, com o resgate da história, da memória e da tradição do município, de sua gente e das instituições cerrocoraenses:

Aildo da Silva Bernardo, blogueiro e membro de uma tradicional família cerrocoraense.
Aristéia Dantas, conterrânea e neta do longevo Benedito Evaristo.
Bosco Araújo, jornalista caicoense, servidor do Ministério da Saúde, em Brasília.
Carminha Iglesias, cerrocoraense por adoção e esposa de Francisco das Chagas Melo.
Célia Guimarães, filha dos saudosos Joaquim Guimarães e dona Maria Luzia.
Divino Silva, blogueiro em Bodó.
Dutra Assunção, blogueiro em Santana do Matos.
Eliedson William, advogado e cerrocoraense.
Evilásio Bezerra, enfermeiro, vereador, filho do saudoso Arnaldo Bezerra e dona Ávea.
Flaviano Matos, jovem cerrocoraense.
Francisco das C. Félix, “Titico”, músico, filho do saudoso “Chico Félix” e dona Guiomar.
Francisquinha Santos, cerrocoraense e acordeonista, esposa de Juarez.
Graça Santos, blogueira e radialista da Liberdade FM.
Geraldo Efigênia, professora, filha do saudoso repentista Zé Milanez, da Boa Vista.
Giácomo Canário, filho de Cloria e “Fio” Canário
Jeferson Vecho, professor e instrutor de informática
João Hêdulo Bezerra da Costa, o “João Ceará”, músico cerrocoraense.
João Maria Alves, fotojornalista e companheiro da “Tribuna do Norte”.
João Marcelo Pereira, empresário, filho de Wallace e Altiva Pereira de Araújo.
Jorge Guedes Lira, microempresário, filho do saudoso “Joca Paz”.
José Jonas Dantas, cerrocoraense, filho do saudoso “Antonio Alexandre”.
José Rui Soares de Brito, o “Dé”, cerrocoraense e vereador.
José Tarcísio de Lira, filho de Zé Lira e dona Raimunda, da família Galvão.
Josenildo Pinheiro, professor e poeta cerrocoraense.
Júnior Caçarola, produtor cultural, cordelista e neto de “Mané Foguista”.
Ivonise Dantas, parelhense, esposa de Aécio Querino, servidora da Emater.
Lucas Silva, leitor atento do blog.
Manoel Pinheiro Neto, agrônomo, filho do saudoso Antonio Pinheiro e Marlene Galvão.
Maria das Graças Medeiros Oliveira, vereadora e professora.
Maninho Oliveira, blogueiro e radialista da Liberdade FM.
Othon Militão Júnior, estatístico, servidor do Idema-RN.
Paulo Bezerra, comerciário e blogueiro em Currais Novos.
Paula Elyane, radialista da Liberdade FM.
Paulo Tarcísio Cavalcanti, jornalista e ex-companheiro de “Tribuna do Norte”.
Paulo Lira, amigo de infância e membro da tradicional família Lira e Galvão.
Raimundo Costa, sindicalista e servidor público federal.
Reneide Saldanha,  filha do saudoso poeta e cordelista “Zé Saldanha”.
Renildo Oliveira, servidor público, serventuário dos Correios em Ipueiras.
Ricardo Alexandre,de tradicional família Querino, radicado em Campia Grande (PB).
Rodivan de Oliveira Barros, servidor da TVU, filho de Nico e dona Rodes Barros.
Sueni Medeiros, cerrocoraense e acadêmica de Zootecnia na UFRN.
Tadeu Fernando,  cerrocoraense e professor.
Yara Okubo, jornalista paulista, potiguar por adoção.
Valdir Silveira, geólogo, amigo de infância e filho do amigo Sales Silveira.
Wagner Medeiros, conterrâneo que voltou às origens, membro de familia tradicional.
Wendy Palhares, jovem de família tradicional cerrocoraense.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O saudoso Gelon Julião

Ainda deve ser costume no interior, realizar-se velórios em casa: aqui, a última homenagem dos netos e um de seus filhos, João, o mais alto de cabeça baixa, ao saudoso Gelon Julião, mais carinhosamente chamado de "Tio Gelon" pelos sobrinhos e parentes afins. Por muitos anos, residiu na fazenda São Boa Ventura, em São Tomé, onde sempre recebeu os amigos e parentes de Cerro Corá em algumas tardes para se comer queijo quente tirado do "tacho".  Gelon Julião faleceu em Cerro Corá, onde passou a residir, numa casa vizinha à residência de uma das filhas, Margarida, hoje viúva de João Batista de Melo, pai do ex-prefeito Joãozinho.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Inauguração do açude Pinga

Inauguração do açude do Pinga, construído entre 1982 e 1983, e que hoje abastece de água a cidade de Cerro Corá. No discurso, o coronel Iaco, então comandante do 1º Batalhão de Engenharia e Construção, sediado em Caicó. 

Poeta "Zé Saldanha" chora a morte do repentista "Zé Milanez"

José Milanez – o poeta assassinado
pela mão negra do destino


A mão negra do destino
O monstro da luz opaca
Traçou um sinistro crime
O plano da gente fraca,
Sem permitir a defesa
Como infernal jararaca

Matou José Milanez
Nosso poeta benquisto;
Que foi homicidiado
Pelo destino imprevisto,
Que matou como mataram
Os santos apóstolos de Cristo

Monstro tirano sem riso
Desonesto e mascarado
Desumano e malfeitor
Cego, inculto e mesclado,
Invejoso e mal conduta
Maligno, insulto e malvado

Um portador da vileza
Da mentira e da maldade;
Da ambição, da inveja
Do ódio e da falsidade,
Fingido, sem coração
Sem alma e sem piedade

Um aborto desperdiçado
Dos símbolos da incerteza;
Excremento dos micróbios
Putrefato da impureza,
Amigo do opaquismo
Um vulto da natureza

Um verdadeiro prostíbulo
Escombro da negligência;
A vermífica bactéria
Da putrifa má essência,
Protozoário das chagas
Larápio da consciência

Imundo, cheio de faltas
Predisposto para o mal;
Subiste o teu alto cúmulo
Do teu íntimo pessoal,
Representaste os valores
Do teu intelectual

Mataste o nosso poeta
Sem permitir-lhe as defesas;
Tua alma, tinta de sangue
Tem sangue nas tuas presas,
Tuas mãos enodoadas
Mostrando as tuas vilezas

Mataste o nosso poeta
Famoso e especial;
O seu nome é conhecido
Pelo Brasil em geral,
Catorze anos à frente
Do sindicato rural

Amigo, calmo e risonho
Voz harmoniosa e mansa;
Muito alegre e maneiroso
Cheio de perseverança,
A quatro mil sócios rurais
Dava amor e confiança

Resolvia as questões deles
Perante a autoridade;
Levava aos hospitais
Havendo necessidade
Os trabalhadores tinham-lhe
A mais finíssima amizade

Quatro mil sindicalistas
Choram pelo presidente;
Tristonhos e cabisbaixos
Derramando um pranto quente,
Não sei o que é que reina
No peito daquela gente

A família do poeta
Se conserva comportada;
Família de bom estudo
Tornou-se resignada,
Suportando as tristezas
Mas sem blasfemarem nada

Ao poeta Macedo
No estado de Goiás;
Mando minhas condolências
De modos sentimentais,
Você aí sente muito
Aqui o pranto é demais...

As condolências poéticas
Que chegam do Paraná;
De Brasília e da Bahia
Do Maranhão, do Pará,
Pernambuco e Paraíba
Piauí e Ceará

As rádios clamam chorosas
O jornal transmite tristonho;
Uns dizem que é mentira
Parece até ser um sonho,
Deixou nosso Rio Grande
Num pesadelo medonho

O fantasma de calçola
Bruxo da iniquidade;
Que assassinou Milanez
Com tanta perversidade,
Teu crime tem que pesar
Na lei de penalidade

A justiça justifica
Todo crime que acontece;
Examina com cuidado
A pena que o crime oferece,
Na mão plena da justiça
Quem tiver crime padece

O poeta é um passarinho
Que por Deus é instruído;
Quem mata um poeta é
Um monstro despercebido,
Mata um poeta e deixa
Mais de um milhão ferido...

O nome de um criminoso
O mundo sempre aborrece;
O poeta mesmo morto
O seu nome ainda cresce,
É certo: o poeta morre
Mas o seu nome permanece


 P.S - O poeta "Zé Milanez", cerrocoraense, foi assassinado em meados dos anos 80, no século passado, na cidade de Currais Novos, onde presidia o Sindicato dos Trabalhadores Rurais.


sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Cerro Corá na mídia II

Essa página saiu na edição de nº 35, da revista segmentada em turismo, cultura e economia - "Natal Pra Você - que circulou nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2007. Os editores são os jornalistas Antonio Roberto Rocha e Luís Antonio Felipe

Cerro Corá na mídia I

Essa pequena matéria saiu na "Tribuna do Norte" em 2007 ou 2008, salvo engano, às vésperas do então prefeito João Batista de Melo Filho, o "Joãozinho", concluir o quarto mandato como admnistrador de Cerro Corá.

A transação do imóvel, hoje dividido entre uma agência da Cooperativa de Crédido do Seridó (CoopSeridó) e o mercado público de carnes, na esquina da rua Sérvulo Pereira com a Travessa João Canário, no centro da cidade, acabou não se concretizando.

Em outra parte do antigo clube, funciona a Associação dos Servidores Públicos do Município de Cerro Corá (Arsec).

De novo mesmo para o lazer dos cerrocoraenses, só a construção de um terminal turístico no bairro Seridó, à margem esquerda da estrada que liga a BR-226 à cidade, já numa área limitrofe à comunidade de Várzea dos Félix.

A obra está sendo construída com recursos federais, a ser concluída na gestão do atual prefeito Raimundo Marcelino Borges, o "Novinho".

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Risco de dengue em Cerro Corá ainda é baixo, diz a Sesap

O Boletim Epidemiológico da Dengue divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde Pública, aponta que o risco da doença em Cerro Corá é satisfatório e que a índice de infestação predial é baixo, fica na casa de 2,40 %. Segundo a Subcoordenadoria de Vigilância Sanitária, o índice de infestação por 100 mil habitantes também é baixo - 53,46%. De acordo com os dados da Sesap, até agora, só houve seis casos da dengue, a febre transmitida pelo mosquito aedes aegepty, ocorridos em junho deste ano.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Eugenio Pereira fala sobre homenagem a ex-professores

Neste fim de semana de 11 de dezembro de 2010 foi comemorado o aniversário de emancipação de Cerro Corá, nossa simpática cidadezinha que se equilibra numa das corcovas da serra de Sant’Ana. Na ocasião compareci a uma confraternização que me deixou emocionado: o encontro de ex-alunos e alunas com as suas ex professoras do antigo Grupo Escolar Querubina Silveira.

No mesmo fim de semana que as televisões abriam espaço privilegiado para a bárbara agressão de um aluno a uma professora e o assassinato de outro professor, esfaqueado por um discípulo descontente, não deixa de ser salutar que aquelas pessoas estivessem reunidas para lembrar e agradecer ex-professoras. E a homenagem não foi apenas para quem ensinou as primeiras letras e números, os antigos servidores também estavam lá, todos agraciados com plaquinhas e medalhas, numa homenagem simples, despojada de artificialismo, mas carregada de muita emoção.

O Grupo Escolar não existe mais, foi transformado em Escola. A própria cidade também se transformou, multiplicando seus habitantes e também seus problemas. Não saberia dizer se a geração atual de alunos da Escola Querubina Silveira vai homenagear seus mestres daqui a 40 anos. Gostaria imensamente que houvesse motivos para isso. Não essas homenagens burocráticas, mas feita como celebração de uma passagem, de uma (con)vivência. Sem essa memória, onde a gente se re-descobre e se re-inventa não existe passado, o presente é vazio e o futuro uma enorme interrogação. Perdem-se as amarras, as âncoras que nos fundeiam, as raízes que nos alimentam.

É essa história que se faz importante buscar. A história de cada um, de cada época, que quando juntas, numa espécie de caleidoscópio, dá a visão mais completa da nossa história. Cerro Corá precisa disso urgentemente. Pessoas que se disponham a por a mão na massa pra relembrar a memória daquelas pedras.