domingo, 4 de março de 2012

O Sertão, na visão do jornalista acariense Riccelli Araújo

Sou sertanejo. Nasci no interior do Rio Grande do Norte. Sou seridoense de Acari. Nunca morei na zona rural, mais sempre tive um apreço pelas coisas do campo, mesmo encantado com o concreto e o cinzento das grandes cidades. Acredito que não retorno como morador para minha terra. Minha profissão, minha vida e o amor que tenho por Natal vão me deixando por aqui.

Mas inconsciente ou não, sempre me emociono quando ouço a maravilhosa canção Asa Branca, escrita e imortalizada na voz do pernambucano e “Rei do Baião”, Luis Gonzaga. A narrativa de que a seca existente no Nordeste do Brasil faz chorar o mais forte dos sertanejos e até mesmo migrar para outras terras a ave conhecida como “Asa Branca” faz pensar o quanto é corajoso nosso povo. Povo que resiste por longos e demorados períodos de estiagem. Tempo em que o gado vai definhando e morre por falta de comida e água. Tempo que a caminhada se torna longa até chegar a uma velha cacimba ou sofrido “olho d’água” na procura pelo líquido da vida.

E quando começam a cair às primeiras chuvas e nossa terra se cobre de um verde – o mais belo verde que conheço – tudo se transforma. Como diz a canção, que a bela ave de pluma cinzenta volta a sobrevoar nossos ares, a vontade de retornar bate forte. Quem não for sertanejo que diga o contrário!

Riccelli Araújo

4 comentários:

Anônimo disse...

O comentário nao é sobre esta postagem, mas sobre os 57 anos da Câmara de Cerro-Corá. Bem que o blogueiro poderia fazer um levantamento dos vereadores que passaram pelo Poder Legislativo municipal nestas quase seis décadas.

José Valdir Julião disse...

Já existe um livro, escrito pelo professor cerrocoraense Josenildo Pinheiro e publicado com o apoio da Câmara Municipal, que conta a história da edilidade do municipio, quando da passagem de instalação dos 50 anos do Poder Legislativo, em 1954...

Tadeu Fernando disse...

somente quem é sertanejo, seridoense é quem sabe o significado da narrativa do autor. Lindo, simplesmente lindo!!!

José Valdir Julião disse...

Certamente, caro Tadeu Fernando, só quem deixa as suas terras de origem, nem renega as suas raízes, pode se posicionar dessa forma...