quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Eugenio Pereira fala sobre homenagem a ex-professores

Neste fim de semana de 11 de dezembro de 2010 foi comemorado o aniversário de emancipação de Cerro Corá, nossa simpática cidadezinha que se equilibra numa das corcovas da serra de Sant’Ana. Na ocasião compareci a uma confraternização que me deixou emocionado: o encontro de ex-alunos e alunas com as suas ex professoras do antigo Grupo Escolar Querubina Silveira.

No mesmo fim de semana que as televisões abriam espaço privilegiado para a bárbara agressão de um aluno a uma professora e o assassinato de outro professor, esfaqueado por um discípulo descontente, não deixa de ser salutar que aquelas pessoas estivessem reunidas para lembrar e agradecer ex-professoras. E a homenagem não foi apenas para quem ensinou as primeiras letras e números, os antigos servidores também estavam lá, todos agraciados com plaquinhas e medalhas, numa homenagem simples, despojada de artificialismo, mas carregada de muita emoção.

O Grupo Escolar não existe mais, foi transformado em Escola. A própria cidade também se transformou, multiplicando seus habitantes e também seus problemas. Não saberia dizer se a geração atual de alunos da Escola Querubina Silveira vai homenagear seus mestres daqui a 40 anos. Gostaria imensamente que houvesse motivos para isso. Não essas homenagens burocráticas, mas feita como celebração de uma passagem, de uma (con)vivência. Sem essa memória, onde a gente se re-descobre e se re-inventa não existe passado, o presente é vazio e o futuro uma enorme interrogação. Perdem-se as amarras, as âncoras que nos fundeiam, as raízes que nos alimentam.

É essa história que se faz importante buscar. A história de cada um, de cada época, que quando juntas, numa espécie de caleidoscópio, dá a visão mais completa da nossa história. Cerro Corá precisa disso urgentemente. Pessoas que se disponham a por a mão na massa pra relembrar a memória daquelas pedras.

Um comentário:

Graça Santos disse...

Espetacular o seu texto e a sua visão sobre esse bonito passado que muitos nem lembram nem tentam buscar.

Parabéns pelo trabalho Valdir. Adoro suas matérias, seu jeito de se expressar.

Abraços de Graça Santos.